Com exterior avesso a risco, Bolsa opera em baixa e cai mais de 1%
Enquanto as ações das companhias brasileiras se desvalorizam, dólar acelera alta ante o real e juros futuros seguem avançando
O mercado financeiro brasileiro segue colado ao mau desempenho dos ativos de risco no exterior na manhã desta terça-feira. O Ibovespa, principal índice de ações da B3, a bolsa de valores de São Paulo, abriu e continua em queda, enquanto o dólar acelerou a alta ante o real e os juros futuros seguem avançando.
Preocupações com a China, com a Itália e com desdobramentos do Brexit contribuem para a desvalorização das bolsas na Europa, em Nova York e para a depreciação das moedas emergentes e commodities.
Após relatos de que a Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, pediu à Itália que reapresente seu plano orçamentário para 2019, o juro do bônus italiano (BTP) de dez anos voltou a subir. O plano original desagradou à UE por prever um déficit fiscal bem maior do que o previamente acordado.
O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, afirmou que não há alternativa à proposta orçamentária para o próximo ano fiscal, apesar das críticas da União Europeia.
O noticiário doméstico nesta terça é fraco, sendo que o destaque da agenda foi a divulgação do IPCA-15 de outubro (alta de 0,58%), que veio abaixo da mediana das projeções.
Segundo o economista Daniel Gomes da Silva, da Novus Capital, o alívio no dólar ainda não afetou o indicador. “Os preços industriais, em especial gasolina, vieram mais fortes que o esperado. A partir de agora, com a apreciação cambial, há espaço para que essa alta seja devolvida”, disse Silva.
Às 10h30, o Ibovespa caía 1,45%, a 84.358 pontos. As ações da Petrobras eram destaque de baixa (ON -2,02%) numa manhã de desvalorização do petróleo.
Na Nymex, em Nova York, a commodity recuava 1,67%. Dow Jones, S&P500 e Nasdaq recuam 1,62%, 1,53% e 1,86%, respectivamente.
A Eletrobras também era destaque de baixa. As ações recuavam 2,02% (PNB) e 2,16% (ON) perto do horário acima em meio à falta provável de interessados pela distribuidora Amazonas Energia.
A companhia vai a leilão no dia 25 de outubro. O horário para entrega das propostas vai das 14 horas às 17 horas desta terça. Na avaliação do ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, é possível haver interessados, mas o governo vai trabalhar paralelamente para manter a prestação dos serviços aos consumidores em caso de fracasso.