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Com crise, governo protegerá mais a indústria-Mantega

Por Da Redação
22 dez 2011, 13h39

Por Tiago Pariz

BRASÍLIA (Reuters) – Ao enxergar crescimento econômico mais fraco neste e no próximo ano em função da crise econômica internacional, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo poderá tomar medidas de defesa comercial para proteger o combalido setor industrial da inundação de produtos importados mais baratos.

“A indústria vai ter um desempenho melhor no ano que vem do que neste ano porque teremos as medidas do Brasil Maior, teremos novas desonerações e tomaremos medidas de defesa comercial”, disse Mantega em encontro com jornalistas, sem dar detalhes.

Na avaliação do ministro da Fazenda, a crise econômica internacional tirou de 0,5 a 1 ponto percentual do crescimento do país este ano, admitindo que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) pode ficar em 3,0 por cento em 2011. “Mas a gente acha que vai ser um pouco mais, entre 3,0 e 3,5 por cento.”

Para 2012, segundo o ministro, o crescimento “deve ficar em torno de 4 por cento se a crise internacional continuar complicada. Mas ponderou que “se os europeus encontrarem uma saída, podemos chegar a 5 por cento”.

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Mantega voltou a afirmar que até agora os países da zona do euro não encontraram uma proposta crível que mescle reorganização fiscal e retomada do crescimento.

O ministro frisou que este ano o Brasil se torna a sexta maior economia do mundo. “E, tirando a China, estamos crescendo mais do que quem está na nossa frente. Poderemos passar a França nos próximos anos.”

MAIS PRECISO QUE O BANCO CENTRAL

Ao ser lembrado que o Banco Central está prevendo crescimento menor neste ano e no próximo, Mantega disse que a projeção do BC “é mais precisa com a inflação, nós somos mais precisos com o crescimento”.

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O argumento dele é que o BC faz os cenários para projeções com câmbio e juros fixos, enquanto a Fazenda está usando um câmbio mais favorável e juros em queda.

O Relatório Trimestral de Inflação do BC divulgado nesta manhã mostra uma previsão de crescimento de 3,0 por cento este ano e de 3,5 por cento em 2012. Sobre a inflação, o BC projeta 6,5 por cento em 2011, no teto da meta oficial, mas com 54 por cento de que esse teto possa ser ultrapassado.

Mantega, porém, foi taxativo sobre essa possibilidade. “A inflação não vai estourar a meta de jeito nenhum.” Segundo ele, o governo tem um contrato com a Fundação Getúlio Vargas para a medição da inflação mensal a cada dia e a taxa na quarta-feira estava em 0,37 por cento.

Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), se o IPCA de dezembro subir até 0,50 por cento, a meta de inflação será cumprida.

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Apesar disso, Mantega já construiu um discurso para o caso de a inflação ficar acima do teto. Segundo ele, houve um choque de oferta com as commodities entre 2010 e 2011. “Houve um boom de preço e não haverá um novo choque de oferta”, sustentou.

PRIMÁRIO

O ministro da Fazenda também aproveitou para antecipar a divulgação dos dados de superávit primário do governo central. Em novembro, a economia ficou em 4,6 bilhões de reais.

No acumulado do ano, o superávit soma 91,1 bilhões de reais, muito perto da meta deste ano, de 91,7 bilhões de reais.

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Lembrando que o Tesouro poderá ter de fazer uma economia extra para cobrir o superávit previsto para Estados e municípios, Mantega disse também que se sobrar dinheiro do primário, o governo usará os recursos para abater a dívida. Ele estimou que a relação entre a dívida líquida e PIB fechará o ano em 37 por cento.

Mantega anunciou que sai na próxima semana uma portaria autorizando a capitalização em 450 milhões de reais para a Caixa Econômica Federal e 500 milhões de reais no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O objetivo é dar mais margem, sobretudo, para a Caixa cumprir com os novos requisitos internacionais de recursos próprios diante de empréstimos.

O ministro voltou a reclamar do alto custo impostos por bancos privados para liberação de financiamento e afirmou que hoje o crédito está em um nível adequado. Ele descartou reduzir ainda mais a alíquota do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) que incide sobre o crédito.

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“Não temos nada previsto”, disse. Ele destacou o crescimento de 46 por cento de recursos para compra de imóveis, como um dado de solidez orçamentária das famílias.

DESAFIOS

Sempre bem humorado e otimista com a economia, o ministro mudou o tom quando comentou sobre a guerra fiscal entre os Estados. Ele disse, sem especificar, que alguns entes federativos estão elevando o ICMS apesar das desonerações sendo feitas pelo governo.

Mantega sustentou que convocará uma reunião com os governadores para discutir uma saída para esse impasse.

Ele disse ser um dos desafios legislativos para 2012 a proposta de mudança do ICMS -que unifica as alíquotas interestaduais e dá nova redação à legislação. Mantega disse também que a aprovação pelo Congresso do fundo de previdência complementar dos servidores públicos é uma prioridade.

E colocou como meta elevar os investimentos do país para acima da marca de 20 por cento do PIB. Segundo ele, neste ano o problema não foi falta de recursos, mas a burocracia da máquina pública.

“O investimento ficou aquém porque se trata do primeiro ano do governo, houve recomposição de ministério. Não foi falta de recursos.”

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