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Com Bernardo Figueiredo longe, risco de concessões aumenta

Figura carimbada no setor de transportes, Figueiredo teria sido aconselhado a evitar temporariamente os holofotes

Por Naiara Infante Bertão
13 out 2013, 14h19

Quando Bernardo Figueiredo foi chamado para assumir a chefia da recém-criada Empresa de Planejamento Logístico (EPL), os empresários de transporte e logística do Brasil se animaram por considerá-lo um especialista com visão global e propensão a ouvir as propostas do setor privado. Muitos achavam que, com a EPL, o Brasil daria início a um longo caminho de desenvolvimento do setor de infraestrutura e sanaria alguns de seus principais gargalos. Dois anos se passaram desde o surgimento da empresa e, desde que as concessões ganharam corpo, Figueiredo se afastou dos holofotes.

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No Palácio do Planalto, não é segredo que Arno Augustin, secretário do Tesouro e conselheiro da presidente Dilma, e seu aliado Daniel Sigelmann, secretário de Fomento para Ações de Transportes, trabalham nos bastidores contra Figueiredo. A razão, segundo diversas fontes do setor ouvidas pelo site de VEJA e que são próximas de ambos, é o comportamento pró-mercado do presidente da EPL – algo que desagrada Augustin. Outro ponto de desacordo ocorreu entre 2012 e o início de 2013, quando Figueiredo começou a trazer muitas demandas do setor privado à presidente, criando uma situação de desconforto no seio do governo.

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A tentativa de ‘fritar’ o executivo ganhou corpo, sobretudo, com o enterro do projeto do TAV, o trem de alta velocidade, que se mostrou inviável e nada atrativo para a iniciativa privada – e era uma das principais bandeiras da EPL. Os atrasos e frequentes mudanças nos projetos das concessões também contribuíram para seu recolhimento. Sem apoio do Palácio do Planalto e desacreditado junto ao empresariado, Figueiredo passou o bastão de garoto-propaganda das concessões para a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Fontes afirmam que ele não tem nem mesmo participado de reuniões sobre concessões com ministros ou a própria presidente.

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O fracasso do leilão da BR-262, em setembro, foi atribuído não só ao afastamento de Figueiredo, como também à ascensão de Arno Augustin. “Como o Bernardo estava afastado do projeto, o governo ficou sem saber sobre o diálogo travado com o setor privado e o leilão foi feito às cegas. Se ele estivesse lá, teria adiado o leilão e sentado para conversar novamente”, disse um empresário que participou do projeto. Augustin assumiu o leme e, por isso, também foi alvo de críticas internas após o leilão ficar sem interessados. O distanciamento de Figueiredo, que passou o último mês viajando pela Europa, e a atuação cada vez mais forte de Augustin são encarados pelos empresários ouvidos pelo site de VEJA como fatores que aumentam o risco das concessões.

Essa não é a primeira vez que Figueiredo sofre uma derrota política. Houve ainda uma questão mal explicada sobre sua saída da diretoria da Agência Nacional de transportes Terrestres (ANTT). O Senado, em voto secreto, impediu sua reeleição em 2012. À época, o principal opositor de Figueiredo era o senador Roberto Requião (PMDE/PR). Dilma Rousseff não concordou com a decisão do Senado e realocou o executivo na EPL.

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