Com atividade acima do esperado, governo sobe previsão do PIB para 3,5%
Desempenho dos serviços no início do ano, melhor que o estimado mesmo com o fim do auxílio emergencial, baseia estimativa, superior aos 3,2% de março
Desde a última semana, bancos e analistas financeiros vem reestimando a perspectiva do PIB para este ano com os indicadores de atividade econômica do primeiro trimestre, especialmente de março, que apresentaram queda menor que o esperado. Nesta terça-feira, 18, foi a vez do próprio governo rever a perspectiva do PIB. Com o indicativo da atividade, especialmente na recuperação do setor de serviços, o governo estima que o PIB cresça 3,5%, 0,3 ponto porcentual a mais que os 3,2% previstos em março. Essa é a primeira revisão para o PIB em 2021 feita pelo governo.
A aceleração, segundo o Ministério da Economia, deve ser maior a partir do segundo trimestre, com o avanço da imunização. “A melhor política econômica hoje é a vacinação em massa”, afirma o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida.
Os dados são do Boletim Macrofiscal, produzido pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia, que faz a ressalva que projeções dependem da evolução da pandemia da Covid-19. No documento, o governo salienta os efeitos de vacinação a níveis globais, que indicam a recuperação econômica e que devem beneficiar o Brasil. Os técnicos do Ministério da Economia destacam o aumento do preço das commodities, efeito da elevação do crescimento global, ainda que impacte nos preços ao consumidor.
De acordo com o Ministério da Economia, um dos pontos principais para a revisão do crescimento é o aumento da atividade, principalmente no primeiro bimestre do ano, período sem o auxílio emergencial — encerrado em dezembro e reeditado em abril de 2021. Em março, mesmo com o aumento das medidas de restrição social, o desempenho foi melhor que o estimado. “Em suma, os bons resultados da atividade brasileira no começo deste ano, quando comparados às expectativas iniciais de mercado, indicam que a economia manteve a tendência de crescimento, apesar do fim do auxílio emergencial”, comenta.
Segundo a SPE, esse cenário deve melhorar no segundo trimestre, com uma maior abertura das atividade em consequência da vacinação da população. “(Ela) fortalecerá a atividade econômica no segundo trimestre de 2021, principalmente no setor de serviços. A vacinação em massa, a consolidação fiscal e as reformas pró-mercado pavimentarão o caminho para crescimento de longo prazo da economia brasileira”, afirma Sachsida.
Concomitantemente, a pasta defende “a manutenção da agenda de consolidação fiscal e das reformas estruturais “para que a expansão econômica se mantenha”. “Essa é a nossa garantia para que o choque da crise seja apenas transitório”, diz.
Inflação
Além disso, a Secretaria de Política Econômica também reviu a previsão para a inflação no ano. Segundo o documento, o IPCA deve encerrar o ano em 5,05%, acima do centro da meta de 3,75%, mas dentro do teto da meta, com limite de 5,25%. Em março, no último boletim, a SPE previa inflação de 4,42%.