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Circulação de veículos pesados nas estradas aumenta e indica recuperação

Números são reflexo da retomada da atividade econômica em vários setores e devem manter tendência de alta

Por Thomaz Molina Atualizado em 16 ago 2020, 20h20 - Publicado em 14 ago 2020, 23h19

O número de veículos pesados, especialmente caminhões, nas estradas aumentou 10,6% no período de 7 a 13 de agosto deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 14, pela concessionária CCR, e indicam uma recuperação cada vez mais sólida. De 1º de janeiro até 13 agosto de 2020, o movimento de veículos pesados subiu 6,3% em relação ao mesmo período de 2019.

No caso dos veículos de passeio, o movimento ainda é menor na comparação com 2019, mas também tem tendência de aumento. Em 2020, a redução na circulação de veículos leves foi de 20,4%. No período entre 7 e 13 de agosto de 2020, a queda já foi menor, de 13,7%, de acordo com os dados da concessionária. Mesmo com o movimento de carros ainda estar menor nas estradas, a diminuição da circulação de veículos no total já se aproxima do zero, ficando apenas 0,6% abaixo do mesmo período de 2019.

Mesmo com os impactos causados pelas restrições de movimentação impostas pela Covid-19, os indicadores do 2º trimestre de 2020 também apontam para o início de recuperação. O tráfego consolidado, um dos principais índices nesse sentido, apresentou decréscimo de 18,2%, sendo que, excluindo-se a CCR ViaSul, a queda foi de 22,1%. Ao longo do período, as quedas apontadas no início de cada mês do trimestre (abril, maio e junho) foram de 30%, 24% e 14% respectivamente, mostrando retomada gradual. Os dados são referentes apenas às concessões que a CCR opera, não sendo necessariamente reflexo do cenário nacional.

Na opinião de Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos, o aumento na circulação de caminhões nas estradas mostra a demanda reprimida que o país tem: “Na medida que a flexibilização ocorre, a tendência do movimento das estradas é aumentar cada vez mais e isso sinaliza uma volta à normalidade. A situação ainda é muito complicada, o tombo dos indicadores foi muito grande, mas o que a gente vem observando é uma retomada gradativa dos mercados e da indústria e isso reflete no movimento dos veículos pesados em uma velocidade até acima do que prevíamos”.

Para ele, os veículos leves também devem apresentar aumento na circulação em breve: “O Brasil vive uma situação complexa ainda em relação ao coronavírus, mas a volta ao trabalho aos poucos é um indicativo de melhora. A pandemia também fez com que as empresas se estruturassem melhor para fazer entregas e trabalhar com veículos próprios. O e-commerce teve resultados positivos e cresceu em 2020, já que muitas empresas trabalham com transporte. O agronegócio está bem aquecido e não parou de gerar receita”.

Segundo Bertotti, os dados do varejo também sustentam a tese: nesta semana, o IBGE mostrou que as vendas do comércio varejista subiram 8,0% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal. O economista mostra otimismo quanto ao futuro: “A recuperação da bolsa tem sido mais rápida do que a gente imaginava. A indústria e o agro chegaram a parar por volta de abril e agora já vem com uma retomada forte e a tendência é de que haja resultados expressivos ainda em 2020.

A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) confirma a tendência de recuperação no movimento das estradas. De acordo com índice divulgado pela entidade nesta semana, o movimento de veículos pesados, especialmente caminhões, aumentou 5,3% nas rodovias brasileiras com pedágio em julho em relação aos números de junho. E na comparação com julho do ano passado, quando não havia pandemia, o fluxo desses veículos recuou apenas 0,1%.

“O movimento de pesados é influenciado pela produção e circulação de bens de primeira necessidade, como sinalizado pelo dinamismo recente da indústria de alimentos e as vendas de supermercados”, afirma Thiago Xavier, analista da Tendências Consultoria, que apura o indicador mensalmente junto com a ABCR. Segundo Xavier, a expectativa é de que os resultados sigam positivos nos próximos meses. “O transporte de cargas foi o menos penalizado pela crise do coronavírus e tem se recuperado com mais velocidade”.

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