Cimenteiras Lafarge e Holcim negociam fusão de mais de US$ 50 bilhões
Se concretizado, esta será a maior aliança na Europa no ano. Ambas são as maiores do setor no mundo
Os dois maiores produtores de cimento do mundo, a francesa Lafarge e a suíça Holcim, anunciaram nesta sexta-feira que estão discutindo uma fusão que pode marcar a maior operação do tipo na Europa neste ano. Juntas, elas representariam uma empresa com valor de mercado de mais de 50 bilhões de dólares. A Lafarge pertence ao grupo Frere Group, do bilionário Albert Frère, também dono da belga Astra Oil, empresa envolvida no desastroso negócio da Petrobras na refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A estatal brasileira pagou 1,2 bilhão de dólares pelo ativo avaliado em apenas 42,5 milhões de dólares anos antes, após o litígio travado com a Astra e concluído em 2012.
Segundo comunicado enviado pela Lafarge, nenhum acordo foi acertado ainda com a Holcim e não há garantias de que um negócio poderá ser concluído. Porém, o grupo afirmou que há “forte complementaridade” e “proximidade cultural” entre as duas companhias. A fusão seria “de iguais”, consta na nota.
O Groupe Bruxelles Lambert, principal acionista da Lafarge, não quis comentar o assunto. As ações da companhia francesa fecharam o pregão desta sexta-feira em alta de 8,9%, enquanto os papéis da Holcim subiram 6,86% na sessão.
“É bom para o mercado. As coisas estão fervendo no front de fusões e aquisições, não apenas no setor de telecomunicações, mas também no de construção”, disse o gestor de fundos da Clairinvest Ion-Marc Valahu. “Há excesso de capacidade e eles precisam se consolidar.” Uma fusão permitiria à Holcim e à Lafarge cortar custos e reduzir excesso de capacidade produtiva, fatores que têm pesado sobre o setor nos últimos anos. Ambas as empresas também tentam reduzir a dívida gerada por grandes aquisições nos últimos anos.
Leia mais:
Cade determina investigação em frigoríficos arrendados pela JBS
Fibria recorre ao Cade e questiona união de ALL e Rumo
Cade aprova compra de 75% da Agrovia do Nordeste pela Odebrecht
Brasil – A fusão dos dois grupos, se confirmada, criará a terceira maior produtora de cimento do Brasil. Isso em um momento em que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) se posiciona para impor medidas punitivas, que incluem multas bilionárias e venda de ativos contra o que considera como prática de cartel pelo setor no país.
(com agência Reuters)