SÃO PAULO, 19 Jun (Reuters) – O clima chuvoso está afetando as operações de embarque a granel, incluindo o complexo soja, milho, trigo e açúcar, e o desembarque de fertilizantes, e já provoca fila de 92 navios em Paranaguá, informou a administração portuária nesta terça-feira.
O porto de Paranaguá é o segundo maior para commodities agrícolas no Brasil, atrás de Santos, e o primeiro na movimentação de fertilizantes.
“A consequência direta deste impedimento nas operações é uma maior demora no atendimento aos navios, causando um acúmulo de embarcações aguardando para atracar nos portos paranaenses”, informou a administração portuária em nota.
Segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), dos 92 navios ao largo, 40 são para desembarque de fertilizantes e 30 estão à espera do momento mais adequado para o carregamento de cargas a granel destinadas à exportação, incluindo o complexo soja.
Na mesma época do ano passado, quando o clima estava menos chuvoso, eram 36 navios ao largo, sendo 21 de fertilizantes e 12 a granel.
A Appa alerta para as previsões climáticas que apontam a possível ocorrência de mais chuvas nos próximos dias pode afetar ainda mais a movimentação de fertilizantes.
“Temos mais de um milhão de toneladas do produto para serem descarregadas em Paranaguá e a previsão do tempo divulgada pelo Simepar (órgão meteorológico do Paraná) aponta mais chuva para o litoral nos próximos dias”, disse o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino, no comunicado.
Ele acrescentou que os operadores e outros participantes foram convocados com o intuito de estabelecer uma força tarefa para descarga dos navios de fertilizantes nos períodos sem chuva.
MOVIMENTAÇÃO
O levantamento da Appa mostra ainda que no acumulado do ano, até maio, foram movimentadas 3,1 milhões de toneladas de fertilizantes no porto paranaense, queda de quase 20 por cento ante 3,9 milhões de toneladas de igual período do ano passado.
Contudo, considerando apenas o mês passado, houve um incremento de 5 por cento na movimentação de fertilizantes, para 900 mil toneladas, versus 856 mil toneladas em maio do ano passado.
“Este ano, o setor está trabalhando um pouco diferente do ano passado, a movimentação deve ser mais concentrada nestes próximos meses e por isso estamos nos adiantando para encontrar soluções e evitar problemas”, afirmou Dividino.
(Reportagem Fabíola Gomes)