Chinesas podem fechar acordo para disputar leilão de Libra
Presidente da Câmara de Comércio Brasil-China diz que as três petroleiras da China inscritas no leilão devem conversar entre si, por serem todas estatais
As três petroleiras chinesas inscritas no leilão de Libra devem conversar entre si antes da oferta pela área gigante a ser licitada, segundo o presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, Charles Tang. Segundo o executivo, deve haver algum tipo de conversa de forma a evitar prejuízo a qualquer uma delas, já que respondem ao mesmo governo. “No leilão, elas podem chegar a um acordo para não se prejudicarem.”
Tang, porém, lembra que as estatais chinesas normalmente concorrem diretamente entre si e aposta que dificilmente apenas uma fará lance. “Acho que as três vão querer disputar”, afirmou Tang, que acompanha o comércio entre os dois países mas não acompanha as negociações para o leilão.
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A taxa de inscrição paga por candidato ao primeiro leilão do pré-sal foi de 2,067 milhões de reais. Onze empresas se registraram, incluindo a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC), especializada na exploração em mar; a China Petroleum and Chemical Corporation (Sinopec), refinarias; e a China National Petroleum Corporation (CNPC), voltada para blocos em terra.
“Originalmente (cada uma foi criada com um fim específico), hoje todas estão em tudo”, explicou Tang. A Sinopec se inscreveu no leilão através da joint venture Repsol/Sinopec, formada no Brasil em parceria com a espanhola e já com ativos no país. A chinesa também tem parceria com a Galp, inscrita no leilão de Libra por meio de sua subsidiária Petrogal. CNOOC e CNPC são estreantes.
A possibilidade de comunicação entre as chinesas abre uma incógnita na negociação de consórcios. A Petrobras já assumiu não ser capaz de arcar sozinha com os 15 bilhões de reais de bônus de assinatura a serem pagos à vista e informou que deve entrar na disputa em parceria.
O Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) disse ser muito provável que as chinesas financiem o certame em troca de óleo, por terem ampla oferta de capital e necessidade de garantir acesso a reserva futura de petróleo. Elas teriam, inclusive, cacife para adiantar a parte do bônus que caberia à Petrobras.
(com Estadão Conteúdo)