Por Alessandra Taraborelli
São Paulo – A China ditou o ritmo dos negócios hoje e levou a Bovespa a encerrar esta segunda-feira com queda de 1,21%, aos 66.964,03 pontos. A forte queda das principais blue chips, Vale e Petrobras, de quase 3%, arrastou o Ibovespa de volta aos 66 mil pontos. Os papéis da mineradora brasileira reagiram ao anuncio do primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, de que o governo decidiu reduzir a meta de crescimento do PIB de 2012 para 7,5%, o menor patamar em oito anos. Vale ON fechou com queda de 2,92% e PNA, com baixa de 2,91%. As ações da Vale foram duramente castigadas pela revisão do crescimento da China, principal comprador de minério de ferro do mundo. Outra ação que também sucumbiu ao efeito chinês foi MMX. A ação puxou a fila dos destaques negativos do Ibovespa, ao registrar perda de 4,11%.
Influenciados pelo temor de uma desaceleração na demanda do maior consumidor mundial de cobre, os metais fecharam em queda generalizada. Em Nova York, o contrato de cobre para maio negociado na Comex caiu 1,11%, para US$ 3,8595 por libra-peso.
Já no caso da Petrobras, as ações acentuaram a queda e atingiram novas mínimas a cerca de uma hora do fechamento, após a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, afirmar que o atual preço do petróleo, a US$ 123, não configura um novo patamar de preço no mercado internacional. “Não é patamar, é pico”, disse. Graça voltou a reafirmar que a política de preços da companhia, de longo prazo, não será alterada. O papel ON caiu 2,93% e o PN, -2,81%
Para o operador de mesa da Renascença Corretora Luiz Roberto Monteiro, o mercado não gostou da informação, pois a estatal está há muito tempo sem ter seus preços reajustados. “O mercado acha que este é o momento de reajustar os preços, já faz muito tempo que isso não acontece”, disse o profissional.
O lado positivo da Bolsa hoje foi liderado por Usiminas PNB (+2,79%%). Segundo informações de operadores, os papéis da siderúrgica Usiminas reagem à expectativa de que o Senado brasileiro vote a redução de incentivos fiscais que beneficiam a importação de aço, o que reduziria a concorrência com os produtos nacionais, e abriria espaço para novos reajustes de preços no mercado doméstico.