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China investe em diversos setores na Europa, mas não em sua dívida

Por Por Allison Jackson
5 fev 2012, 14h02

As empresas chinesas realizaram recentemente diversas aquisições de empresas na Europa, em setores diversos como água, energia ou iates de luxo, já que esses investimentos parecem ser mais atraentes do que as obrigações dos Estados em plena crise da dívida.

Essas aquisições são decididas apenas com base em critérios de rentabilidade, sem apontar para um setor específico, e mostram a vontade de Pequim de diversificar o portfolio de ativos chineses no exterior.

Apesar da deterioração das perspectivas econômicas na Zona Euro, os investimentos diretos da China na Europa duplicaram em 2011, para alcançar os 6,7 bilhões de dólares.

“Neste período de grandes tensões econômicas e financeiras, seguramente há bons negócios para empresas chinesas cheias de liquidez”, considerou Alistair Thorton, analista da IHS Global Insight em Pequim.

Sany, a gigante chinesa de máquinas para construção, anunciou há uma semana a compra da Putzmeister, uma das empresas alemãs de ponta neste setor, por cerca de 500 milhões de euros.

Alguns dias antes, o fundo soberano chinês CIC, com um capital de 410 bilhões de dólares, anunciou a compra de ações da companhia britânica de água Thames Water.

Também em janeiro, o grupo Shandong Heavy Industry aprovou a compra de 75% da fabricante italiana de iates de luxo Ferretti, afundada em dívidas.

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“Essas empresas assinaram contratos estratégicos para elas, mas não são estas as que orquestram uma estratégia conjunta”, explicou à AFP Mark Williams, economista da Capital Economics. Quem define essa estratégia é o Estado chinês, “como qualquer outro grande investidor”, indicou Williams.

Durante uma visita da chefe do governo alemão Angela Merkel na semana passada, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, assegurou que seu país não tem “nem a intenção nem a capacidade de comprar a Europa”.

Enfrentando uma competição cada vez mayor no mercado interno, as empresas chinesas são estimuladas a buscar novas oportunidades no exterior e também aproveitam a necessidade de alguns Estados europeus de sanear suas contas.

Foi o caso, por exemplo, da empresa China Three Gorges quando adquiriu em dezembro 21,35% da Energias de Portugal por 2,7 bilhões de euros.

A gigante chinesa dos transportes marítimos, Cosco, que já opera em dois terminais do porto de Pireus na Grécia, manifestou sua vontade de aumentar seus negócios neste país à beira da quebra.

As aquisições chinesas são favorecidas por créditos a juros baixos oferecidos pelos bancos estatais.

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O valor total das aquisições chinesas é, apesar disso, muito inferior aos investimentos na Europa de outras grandes potências, como Estados Unidos e Japão.

“Incluindo Hong Kong, a China talvez tenha investido cerca de 40 bilhões de dólares na Europa desde 2007… isto não representa mais do que 1 ou 2% do total dos investimentos” estrangeiros no continente, afirmou Jonathan Holslag, pesquisador do Instituto de Estudos sobre a China Contemporânea, com sede em Bruxelas.

“Alguns países europeus enfrentam uma crise da dívida e esperam converter seus ativos em liquidez, por isso vamos estimular as empresas chinesas a comprar companhias europeias”, admitiu o ministro de Comércio chinês, Chen Deming, em novembro, pouco antes de enviar para a Europa uma delegação de investidores.

A China, cujas reservas estão próximas dos 3,2 bilhões de dólares, também quer participar dos mecanismos de resgate elaborados pela Zona Euro, embora ainda não haja um compromisso concreto.

A China possui mais de 550 bilhões de dólares em dívida soberana europeia.

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