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China crítica Washington e quer garantia para seus ativos

Maior credor dos EUA, Pequim pede nova moeda de reserva mundial

Por Da Redação
6 ago 2011, 12h18

A China reagiu fortemente ao rebaixamento da nota da dívida dos Estados Unidos pela agência Standard & Poor’s, na sexta-feira. Neste sábado, o gigante asiático – maior credor dos americanos – condenou as disputas políticas que colocaram os EUA à beira de um calote e afirmou que o mundo precisa de uma nova moeda de reserva mundial estável.

A nota dos Estados Unidos foi reduzida pela primeira vez na história, quando, nesta sexta-feira, a agência Standard & Poor’s (SP) a baixou de “AAA” para “AA+”, dando como justificativas a crescente dívida, o pesado déficit orçamentário e as lacunas no planejamento da política.

“China, o maior credor da única superpotência do mundo, tem todo direito de exigir agora que os EUA discutam seus problemas de dívida e garantam a segurança dos ativos chineses em dólares”, informou a agência de notícias oficial da China. “Supervisão internacional quanto à questão de dólares dos EUA deve ser introduzida e uma nova moeda de reserva mundial, estável e segura, pode também ser uma opção para evitar uma catástrofe causada por um único país”, acrescentou.

A China reagiu com vigor afirmando que a SP apenas confirmou uma “terrível verdade”. Pequim, que em maio acumulava 1,16 trilhão de dólares em bônus do Tesouro americano, “tem todo o direito de exigir que os Estados Unidos resolvam seu problema estrutural da dívida”, afirmou neste sábado a agência oficial Xinhua. A agência lembrou que a agência de classificação chinesa Dagong já havia baixado a nota da dívida norte-americana na quarta-feira.

Em um duro comentário, a Xinhua destacou que Washington “tem que perceber que os bons tempos em que o país podia pedir empréstimos para resolver os problemas que ele mesmo causara ficaram no passado”. De acordo com a agência, “os Estados Unidos devem restabelecer o princípio da razoabilidade, segundo o qual se deve viver de acordo com a sua renda”. Na Europa, a França assegurou ter “total confiança na solidez da economia americana, assim como na determinação do governo para aplicar o plano (de redução do déficit) aprovado pelo Congresso esta semana”, disse à France-Presse François Baroin, ministro francês da Economia.

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O governo alemão se negou neste sábado a comentar o rebaixamento da nota da dívida soberana dos Estados Unidos. Segundo a agência de notícias alemã DPA, que cita fontes ligadas ao governo, Berlim considera que a melhor atitude no momento é manter o silêncio. Outros países da Ásia, os primeiros a reagirem devido ao fuso horário, foram mais contidos em seus comentários. O Japão, segundo credor dos Estados Unidos, indicou que sua política de compra de obrigações norte-americanas permanecerá inalterada, apesar do rebaixamento da nota. “A confiança que temos nos bonos do Tesouro americano e sua atratividade como investimento não mudam, apesar desta medida”, considerou uma autoridade japonesa à Dow Jones.

O Japão, que tenta conter por todos os meios a alta do iene em relação ao dólar, não tem nenhum interesse em vender seus ativos em dólares no momento, já que isto fortaleceria ainda mais a moeda japonesa. Na Coreia do Sul, altos funcionários do Ministério das Finanças realizaram neste sábado uma reunião de urgência para analisar as consequências da redução da nota. O Governo, no entanto, advertiu contra toda reação excessiva. “Não devemos nos preocupar com nossa economia e mercado financeiro”, afirmou Yim Jong-Yong, vice-ministro sul-coreano das Finanças. A primeira-ministra australiana, Julia Gillard, também pediu calma aos mercados. “Ao mesmo tempo, as outras duas grandes agências, Moody’s e Fitch, continuam dando aos Estados Unidos a nota AAA. Portanto, eu acho que devemos levar em conta todos os fatos”, opinou.

O anúncio da S&P foi feito quando os mercados já haviam encerrado os negócios ao fim de uma tumultuada semana. A maioria dos índices das Bolsas do mundo sofreram drásticas quedas na quinta e sexta-feiras devido ao receio de uma nova recessão nos Estados Unidos e o risco de contágio da crise da dívida na zona do euro.

(Com agência France-Presse)

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