China: crise da UE está em “momento crucial”
Às vésperas da 14ª reunião de Cúpula entre China e UE, a preocupação continua sendo o agravamento da crise do euro

O governo da China afirmou nesta segunda-feira que a crise da dívida na Europa passa por um “momento crucial”, às vésperas de uma reunião de cúpula China-União Europeia (UE) em Pequim. “A China se inquieta com esta crise”, declarou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Liu Weimin.
A 14ª reunião entre China e UE, inicialmente prevista para outubro do ano passado, foi adiada em função da necessidade dos europeus de reforçar os fundos de ajuda aos países em dificuldade. Os presidentes da UE, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, se reúnem na terça-feira em Pequim com o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao.
Recentes declarações do governo chinês dão os tons do encontro prestes a acontecer. Na última segunda-feira, o jornal Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comunista, afirmou que a China não tem a intenção de “comprar” ou “controlar” a Europa, no entanto manifestou apoio a manutenção do euro e à UE de “A a Z”. Outro aspecto relevante é que a China tem manifestado o desejo de participar do sucessor do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), que deve entrar em funcionamento em julho.
Merkel pede apoio – Na última visita à China, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pediu que o fundo soberano China Investment Corp. (CIC) e outros investidores comprassem bônus da Itália e da Espanha. No entanto, o presidente do CIC, Lou Jiwei, afirmou que é preciso mais reformas naqueles países antes de a China investir neles.
Lou afirmou que uma recessão na União Europeia é inevitável, já que a crise de dívida continua se espalhando, e que a economia mundial enfrenta grandes riscos negativos. No entanto, o CIC enxerga oportunidades em projetos de infraestrutura e na indústria real. Lou disse ainda que a China atingiu um pouso suave (soft landing) em sua economia, mas ainda enfrenta riscos como a alta inflação.
(Com agências Estado e France-Presse)