Chery se reunirá com Pimentel para negociar novo IPI
A proposta da montadora prevê um índice de nacionalização incial de 40%
Aumento dos preços dos carros da Chery deve ficar em menos de 10%
Representantes da montadora chinesa Chery se reunirão com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, nesta quarta-feira para tentar negociar com o governo um escalonamento no índice de nacionalização dos veículos vendidos no Brasil. A proposta que será apresentada prevê que o governo aumente gradativamente a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) até que a fábrica atinja os 65% de nacionalização exigidos pelo governo, o que, segundo o presidente da empresa no Brasil, Luis Curi, deve acontecer em até três ou quatro anos.
“O governo já acenou com essa possibilidade e nós teremos um encontro com o Pimentel amanhã para discuti-la”, disse o executivo em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira. O presidente da Chery Internacional, Zhou Biren, avalia que a Chery pode até ultrapassar o índice de nacionalização no longo prazo. “Vamos fazer de tudo para atender as exigências do governo brasileiro, mas gostaríamos de mais tempo para atingir essa meta”, afirmou. De acordo com o executivo, o planejamento da empresa prevê que as primeiras peças a serem nacionalizadas serão as de porte grande, como assentos, pneus, vidros e rodas, já que o transporte dessas peças da China é muito caro.
Biren confirmou que empresa informou que tentará adiantar a instalação de sua fábrica no Brasil, anteriormente prevista para setembro de 2013.
Preços – A empresa reafirmou, durante o evento, que aumentará os preços de seus modelos apenas após o prazo de 90 dias concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a cobrança do IPI maior, ou seja, a partir de dezembro. Curi avalia que o aumento fique em menos de 10%.
Liminar – Em setembro, a Chery foi a primeira montadora a conseguir uma liminar na Justiça Federal do Espírito Santo para suspender a cobrança imediata do IPI com 30 pontos porcentuais a mais para carros importados. A decisão judicial determinou que o novo IPI só poderá ser cobrado 90 dias após a lei entrar em vigor. No final da última semana, o Supremo estendeu a decisão para todas as montadoras e importadoras de veículos em atividade no Brasil.
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