Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Carne Fraca: Entidades criticam divulgação da Polícia Federal

Segundo representantes do setor de carnes, anúncio da operação deu ideia de que fraudes atingiram todos os setores, o que prejudica exportações e negócios

Por Da redação
20 mar 2017, 17h42

Entidades representantes dos setores produtores de carne criticaram a forma como a Polícia Federal  fez a divulgação da Operação Carne Fraca, que investiga um esquema de fraudes na inspeção dos produtos. Segundo as instituições, a comunicação da maneira como foi feita sugeriu que o problema atinge todas as empresas, de forma generalizada, o que abala a credibilidade dos que não estão envolvidos e prejudica os negócios.

O pecuarista e vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira, Pedro de Camargo Neto, disse que a PF não teve o cuidado necessário ao anunciar a operação Carne Fraca como a maior da sua história. Segundo ele, o tamanho do problema é menor em relação ao estardalhaço que foi feito. “A PF foi irresponsável. Acho que existe pontualmente algo muito real e que tem de ser penalizado, mas é menor do que foi apresentado. Por ser menor, me preocupa o estrago que possa provocar”, afirmou Camargo Neto. Segundo ele, quem vai pagar a conta é o pecuarista, pois é elo mais fraco dessa cadeia produtiva.

Para a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, os desvios apurados pela PF representam uma “fração mínima”em relação ao total de empresas, e os culpados devem ser punidos, mas houve falhas no anúncio da operação. “A comunicação da operação policial ensejou generalizações, que tanto o governo federal quanto as entidades do setor estão esclarecendo aos consumidores brasileiros e mercado internacional. Mas não fomos ontem à Brasília protestar contra a PF e nem estamos hoje falando contra ninguém. Nossa preocupação é com mais de 6 milhões de trabalhadores brasileiros, que atuam nesta cadeia de produção de carnes bovina, suína e de aves.”, disse o presidente-executivo da ABPA, Francisco Sérgio Turra.

As duas instituições publicaram  uma nota de esclarecimento em jornais impressos e também realizaram uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira para prestar esclarecimentos sobre o assunto. As entidades consideram que a repercussão gerou uma “crise desnecessária” e que prejudica o trabalho de anos para conseguir acesso a mercados internacionais.

Continua após a publicidade

Repercussão

Após o anúncio feito na última sexta-feira, China, Coreia do Sul e Chile, que importam carne e frango do Brasil, pediram esclarecimentos formais ou anunciaram a suspensão temporária de compra destes produtos. As ações da JBS e da BRF também caíram na bolsa de valores após a divulgação da operação. As empresas, citadas em documentos da PF, dizem que apoiam as investigações, seguem as normas sanitárias e que não compactuam com a adulteração de produtos

Mais cedo, o presidente Michel Temer também considerou que as investigações afetam uma pequena parte do setor, e que traz impactos negativos para o Brasil. “O agronegócio para nós no Brasil é uma coisa importantíssima e não pode ser desvalorizado por um pequeno núcleo, uma coisa que será menor, apurável, fiscalizável, punível se for o caso, mas não pode comprometer todo o sistema que nós montamos ao longo dos anos”, afirmou, durante evento com empresários em São Paulo.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.