Carlos Langoni, ex-presidente do BC, completa um mês na UTI por Covid-19
Em publicações em redes sociais, amigos e familiares pedem doações de sangue O negativo para o economista de 76 anos
Ex-presidente do Banco Central, o economista Carlos Langoni, 76 anos, completou nesta semana um mês na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital CopaStar, no Rio de Janeiro, após ser infectado pelo novo coronavírus. Em publicações em redes sociais, amigos e familiares pedem doações de sangue O negativo.
No comando do BC de 1980 a 1983, Langoni atua hoje como diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na área privada, foi chefe-executivo do grupo NM Rothschild no Brasil entre 1989 e 1997, participando ativamente do processo de privatizações realizado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, especialmente nas privatizações da Vale e Embraer.
Amigo íntimo e uma espécie de guru do ministro da Economia, Paulo Guedes, o economista foi responsável pela indicação do ministro para uma bolsa de doutorado na Universidade de Chicago, templo do pensamento liberal. Ele é tido como consultor informal do chefe da equipe econômica e é figura frequente em compromissos oficiais do ministro no Rio de Janeiro.
Em entrevistas, Langoni, primeiro brasileiro a ser doutor pela Universidade de Chicago, se define com bom humor como uma figura que está mais para um “avô” do que para um “Chicago boy”, termo usado para os jovens economistas da cidade que participaram da reforma econômica no Chile durante a ditadura de Augusto Pinochet.
Além de aconselhar o ministro, o economista também foi importante para o esporte. Ele fez parte da primeira gestão de Eduardo Bandeira de Mello, em 2013, como vice-presidente de reestruturação da dívida do Flamengo. Discreto, ele foi um dos responsáveis por abrir as portas para a renegociação da dívida do clube junto à Receita Federal.