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Carlos Brito deixará comando da AB Inbev depois de 16 anos

Substituição poderá ocorrer por nome vindo de fora dos quadros da maior cervejaria do mundo, mas executivos da casa ainda estão no páreo

Por Josette Goulart 7 set 2020, 19h48

O brasileiro Carlos Brito deixará o comando da AB Inbev, a maior cervejaria do mundo e o maior negócio do trio de empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. “Um processo normal e esperado”, disse à Veja uma alta fonte a par das negociações da saída do executivo. O jornal britânico Financial Times revelou que o processo para sua saída teve início, e inclui a contratação de uma empresa de headhunters, a Spencer Stuart, o que pode significar que o sucessor ao cargo de presidente pode vir de fora dos quadros da companhia. Ou mesmo ser escolhido nos quadros de qualquer empresa ligada ao trio de investidores. Se a primeira opção se concretizar, poderá consolidar uma mudança importante na própria cultura da empresa. Não é de hoje que Jorge Paulo Lemann, em suas palestras, vem assumindo que o mundo mudou e que hoje importa mais a cabeça do consumidor do que a obsessão que eles sempre tiveram por eficiência operacional.

Brito foi um dos nomes que ajudou a formar essa cultura dentro dos quadros executivos da empresa ao longo dos anos. A história do gestor à frente da AB Inbev pode ser vista no gráfico do desempenho das ações da companhia desde a fusão da AmBev com a cervejaria belga Interbrew. Brito assumiu a presidência da AmBev, em 2004, justamente no ano da troca de ações com a Interbrew, que se transformou na InBev. Como principal executivo da nova companhia, ele negociou a compra da gigante americana Anheuser-Busch, dona da Budweiser, em 2008. Nascia a AB Inbev.

Logo no começo das operações integradas, as ações da AB Inbev na bolsa de Bruxelas chegaram a cair, mas então iniciaram uma escalada até chegarem ao pico entre 2015 e 2016 com a compra da SABMiller. Foi nesta época que a ABInbev virou a maior cervejaria do mundo. Mas esta última compra não fez bem à empresa da mesma forma que as anterioras, e desde então ela vem perdendo valor e hoje vale menos da metade do que chegou a ser cotada em seu pico. Uma das causas foi a dívida de 100 bilhões de dólares feita para concretizar a aquisição. Além disso, em 2020, apareceu o efeito da pandemia, que fez cair as vendas da empresa no mundo todo. Nas palavras do próprio Lemann, eles foram ambiciosos um pouco demais. “Nós pagamos caro por aquilo, e também tirou o nosso foco do negócio para lidar com novas coisas. Dificultou as coisas um pouco, mas estamos consertando isso. Ter de lidar com esse problema nas atuais circunstâncias, com o vírus, faz as coisas um pouco mais difíceis, mas estamos confiantes”, disse o empresário num evento neste ano.

Entre os nomes que estão no páreo para substituir Brito, segundo o FT, está o de Michel Doukeris, que hoje comanda a Anheuser-Busch nos Estados Unidos. Apesar do nome parecer estrangeiro, Doukeris é brasileiro formado na escola AmBev. Durante os protestos que eclodiram nos Estados Unidos por conta da morte trágica de George Floyd, morto por um policial sem conseguir respirar, Doukeris enviou uma mensagem a todos os funcionários conclamando a estarem ao lado de seus colegas negros em um momento de tristeza, frustração e medo, enaltecendo a diversidade da companhia. David Almeida, o executivo-chefe de estratégias, e Pedro Earp, principal executivo de marketing, que já foram cotados para o cargo estariam fora do páreo. Este seria um dos motivos para a contratação de uma empresa recrutadora, segundo o FT. O Brazil Journal diz que Ricardo Tadeu, ex-CEO da companhia no México, também estaria sendo considerado. O executivo é responsável pelo projeto B2B (de empresa a empresa) da AB Imbev chamado BEES, uma plataforma digital calcada em inteligência artificial para administrar as vendas corporativas. A transformação digital tem ocorrido em vários níveis da cervejaria, e nos últimos três anos ela começou a desenvolver uma incubadora incentivando os próprios funcionários a criarem negócios de tecnologia para resolver problemas da própria empresa e seus clientes.

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