Por Cynthia Decloedt
São Paulo – A captação bancária por meio das Letras Financeiras alcançou R$ 110 bilhões desde que o governo isentou esse instrumento do recolhimento do compulsório há exatamente um ano, informou a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em seu boletim de novembro.
Segundo a Anbima, o estoque de LFs na Cetip estava em R$ 134,2 bilhões ao final de novembro, um aumento de mais de 500% em relação ao registrado no mesmo mês de 2010. A isenção do compulsório, cujo objetivo foi diversificar e alongar o perfil do passivo dos bancos, disse a Anbima, contribuiu para que as LFs ganhassem relevância entre os instrumentos de captação bancária, bem como entre os demais títulos privados – respondendo por 9% do estoque, abaixo apenas do CDB (51,0%) e das debêntures (26%).
O aumento da participação das LFs também contribuiu para elevar o patamar da fatia de captação ex-CDB, que superou o volume de R$ 200 bilhões até novembro, comparados com R$ 180 bilhões no mesmo período do ano passado, disse a Anbima. Entretanto, a instabilidade do cenário econômico afetou o perfil médio das emissões de LFs, que em sua grande maioria apresentou indexação a taxas de juros de curtíssimo prazo (90% vinculadas em taxa DI), acrescenta a Anbima.
A associação diz ainda que a perspectiva de redução dos juros básicos para os próximos meses, a atuação do governo no sentido de estimular o mercado de títulos privados e a desindexação ao DI, poderão abrir espaço para emissões de LFs com rentabilidades prefixadas ou referenciadas a índices de preços, mais compatíveis com aplicações de prazos mais longos.