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Caminhoneiros dizem que tabela de frete é justa e criticam veto à anistia

Entidades dos trabalhadores celebram conquista de piso, mas planejam recorrer ao veto que perdoa as punições durante greve de maio

Por Patrícia Basilio 9 ago 2018, 18h20

Ao contrário das empresas, os caminhoneiros comemoram a lei que institui valores mínimos de fretes rodoviários praticados no Brasil, sancionada hoje pelo presidente Michel Temer. A criação da tabela foi um dos pontos negociados pelo governo para encerrar a greve dos caminhoneiros.

Os trabalhadores, no entanto, estão insatisfeitos com o veto à anistia às multas aplicadas aos profissionais e empresas de transporte que não retiraram seus veículos das estradas entre 21 de maio e 4 de junho de 2018 — durante a greve — e afirmam que o governo pode ter de enfrentar uma nova paralisação.

“Com a tabela, o caminhoneiro autônomo pode se defender. A maioria das profissões tem um piso salarial. Era mais do que justo que a gente tivesse também”, argumenta Clóvis Fava, presidente da Federação dos Transportadores Autônomos de Cargas do Nordeste (Fecone).

Na avaliação do sindicalista, a sanção publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (9) foi uma vitória isoladamente, já que o veto à anistia pode causar uma grande confusão. “O perdão das multas havia sido combinado. O problema disso é que o governo pode ter de enfrentar uma outra greve”, critica Fava.

Para Francisco Wilde Bittencourt Ferreira, presidente do Sindicato dos Transportes de Carga do Sul Fluminense, a sanção da tabela de preço mínimo representa um passo de uma longa trajetória. “A decisão foi boa e o mercado vai se ajustar. Lutamos durante 30 anos por isso, mas ainda há muito a se conquistar, como um valor mínimo para transporte de cargas para curtas distâncias, como ocorre em corridas de táxi”, exemplifica.

“Com o piso mínimo, ficará evidente que os atravessadores [que repassam o serviço dos motoristas às empresas] ficam com grande parte do valor pago pelas transportadoras, deixando os caminhoneiros com um valor irrisório do trabalho”, afirma Everaldo Bastos, presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Carga em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens).

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Segundo Bastos, há casos em que esses intermediadores chegam a ficar com 60% do valor do serviço. “Nessa cadeia produtiva, quem realmente trabalha, não ganha. E no final, quem paga é a população, com o aumento do frete.”

 

 

 

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