Caixa terá aporte R$ 1,5 bi para reforçar crédito
Governo decide, uma vez mais, destinar recursos ao banco público; no ano passado, o aporte foi de 500 milhões de reais
Mesmo com 2 bilhões de reais a mais no caixa, a Caixa diz que as conversas com o governo sobre o tema “estão abertas”, o que pode significar novos aportes nos próximos meses
A equipe econômica decidiu reforçar o capital da Caixa Econômica Federal (CEF) em 1,5 bilhão de reais para aumentar sua capacidade de conceder empréstimos, revela resolução publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira. Ante o avanço nas liberações de crédito nos últimos meses, analistas já vinham apontando que muito provavelmente os bancos públicos, a própria CEF e também o Banco do Brasil, poderiam necessitar de recursos adicionais.
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Segundo a CEF, a injeção de recursos é “fruto das negociações com o governo”. A necessidade de mais dinheiro passou a ser debatida mais fortemente nos últimos meses, quando a Caixa iniciou a investida no mercado com redução de juros e das margens, o chamado spread bancário. De acordo com o banco, o capital extra dará suporte à estratégia de crescimento no mercado de crédito.
Alinhada com o Palácio do Planalto, a instituição financeira tem sido mais agressiva nos empréstimos e financiamentos com o corte das taxas e aumento dos volumes oferecidos. A intenção de Brasília é fomentar a demanda interna, especialmente das famílias.
Antes do novo aporte de 1,5 bilhão de reais, o banco recebeu 500 milhões de reais no fim de 2011 em operação semelhante. Mesmo com 2 bilhões de reais a mais no caixa, a instituição federal cita que as conversas sobre o tema “estão abertas”, o que pode resultar em novos aportes nos próximos meses.
O dinheiro novo foi anunciado em decreto presidencial com a data desta quarta-feira. O texto aprova o aumento de capital do banco em R$ 1,5 bilhão com a “transferência de ações ordinárias da Petrobras e/ou ações ordinárias da Telebrás, excedentes à manutenção do controle acionário da União, a critério da Secretaria do Tesouro Nacional”. Operação idêntica foi realizada em dezembro de 2011, com R$ 500 milhões.
(com Agência Estado)