Caixa deixa de fora crédito imobiliário do corte de juro
Segundo o presidente da instituição, Jorge Hereda, as margens de ganho sobre esse tipo de crédito já são muito baixas
O financiamento imobiliário ficou de fora do programa de corte de juros anunciado nesta segunda-feira pela Caixa Econômica Federal (CEF). O presidente do banco, Jorge Hereda, argumentou que o segmento já tem margens muito baixas.
A CEF espera liberar no financiamento habitacional entre 90 bilhões de reais a 100 bilhões de reais neste ano, acima dos 80 bilhões de reais do ano passado. No primeiro trimestre, foram liberados 21 bilhões de reais, o que representa um aumento de 40% em relação ao início de 2011. Descontando as linhas do segmento Minha Casa, Minha Vida, a expansão foi de 31%.
Hereda destacou que o crédito imobiliário, depois de crescer a taxas muito elevadas nos últimos anos, está agora se expandindo em níveis mais sustentáveis. “Teve ano que cresceu 60%, isso não é sustentável.”
Estratégia – Hereda minimizou a influência política na tomada da decisão de baixar os juros. “Não existe nenhuma atitude que não tenha amparo em análise de níveis de risco e inadimplência”, afirmou. “É uma estratégia de negócio. Não foi nenhuma atitude impensada ou populista.”
Ele destacou que o banco vai manter a rentabilidade e espera que o lucro em 2012 seja pelo menos igual ao do ano passado, que ficou em 5,2 bilhões de reais. Sobre a inadimplência, o executivo destacou que ela está controlada e que pode até subir com a nova estratégia, mas nada que preocupe o banco. A Caixa, segundo ele, desenvolveu modelos de risco de alto nível. “A Caixa vai pular na frente (dos concorrentes)” disse. A expectativa da instituição financeira é que a carteira de crédito cresça mais de 30% neste ano.
A CEF reduziu juros na pessoa física em segmentos como crédito consignado, cartões, veículos e financiamento ao consumo. Nos cartões, o banco baixou as taxas em 40% no rotativo (financiamento da fatura). Também anunciou o lançamento do produto Cartão Azul Caixa, com juro de 2,85% ao mês para clientes que recebem salário no banco público.
No consignado, Hereda destaca que mesmo sendo o produto com maior concorrência no mercado e de menores margens, o banco reduziu os juros de 2,82% para 1,95% ao mês.
(Com Agência Estado)