Cade poderá impor restrições à compra da Vivo pela Telefonica
Órgão de defesa da concorrência avalia a viabilidade da companhia espanhola manter participação indireta na TIM
O temor do órgão está relacionado à troca de informações entre ambas as empresas – algo que poderia interferir na concorrência entre TIM e Vivo no Brasil
A compra da Vivo pela Telefonica poderá não ser tão tranquila quanto se esperava. De acordo com a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) poderá impor uma medida cautelar com restrições à compra da participação da Portugal Telecom (PT) na Vivo pela Telefonica.
O problema, segundo a reportagem, seria a participação da Telefonica na Telecom Italia, dona da TIM Brasil. O temor do órgão está relacionado à troca de informações entre ambas as empresas – algo que poderia interferir na concorrência entre TIM e Vivo no Brasil.
A decisão do caso está nas mãos do conselheiro Olavo Chinaglia desde 29 de setembro. Chinaglia foi sorteado para relatar o ato de concentração da compra da participação da PT na Vivo pela Telefônica e aguarda o envio da análise concorrencial pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para instrução e julgamento no Cade, o que não tem prazo para ocorrer.
Em agosto, logo após a fusão das duas operadoras de telefonia, o presidente do Cade, Arthur Badin, chegou a afirmar que o órgão avaliaria detalhadamente se a presença da Telefonica na TIM poderia prejudicar as relações concorrenciais entre as duas operadoras de telefonia móvel. Badin observou que, com a operação, há uma alteração no jogo de forças na relação entre Vivo e TIM no mercado brasileiro.