A Comissão Europeia desmentiu nesta segunda-feira que esteja preparando um Plano Marshall para estimular o crescimento da União Europeia (UE), o que implicaria em uma injeção de 200 bilhões de euros na economia da região, e afirmou que as cifras publicadas pelo jornal espanhol El País não possuem qualquer fundamento.
“As cifras não se sustentam na realidade”, declarou Pia Ahrenkilde, porta-voz da Comissão Europeia. “A UE dispõe de um plano desde 2010, chamado Europa 2020, com o aval dos Estados-membros e do Parlamento Europeu”, disse.
O jornal espanhol El País mencionou no domingo uma espécie de Plano Marshall europeu que poderia injetar 200 bilhões de euros em investimentos públicas e privadas para projetos de infraestrutura, energias renováveis e tecnologia de ponta.
Segundo o jornal, esta ideia inclui vários pontos que já foram discutidos há vários meses pelos europeus, como grandes empréstimos, um papel mais importante do Banco Europeu de Investimentos (BEI), a intervenção do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) ou uma quantidade de dinheiro gerida pela Comissão Europeia e garantida pelo orçamento comunitário.
“Não se trata de buscar uma alternativa para a consolidação fiscal. Não se trata de uma escolha entre consolidação fiscal e crescimento, trata-se de atingir um equilíbrio entre consolidação fiscal e crescimento”, disse a porta-voz.
Segundo Pia, Bruxelas considera a ampliação do Banco Europeu de Investimentos (BEI) para reativar o crescimento e a criação de eurobônus.
Cada vez mais vozes pedem na Europa pela redução dos ajustes e pela priorização de crescimento, ante os dados catastróficos de recessão e desemprego que se acumulam nos países da zona do euro, principalmente na Espanha, quarta economia da União Monetária.
A Espanha confirmou oficialmente nesta segunda-feira que voltou a cair em recessão, abalando sua expectativa de recuperar a confiança dos mercados, inseguros principalmente com relação ao castigado setor bancário do país.
Também nesta segunda-feira, a agência de classificação financeira Standard and Poor’s rebaixou as notas de nove bancos espanhóis, incluindo Santander e BBVA, assim como da Confederação de Caixas de Poupança (CECA), depois de uma redução de dois pontos da nota soberana da Espanha.
Os bancos afetados pela medida são: Santander, sua filial Banesto, BBVA, Banco Sabadell, Ibercaja, Kutxabank, Banca Civica, Bankinter e Barclays. Outros dois bancos do país, CaixaBank e Bankia, estão sob ameaça de rebaixamento.
As notas do Santander e do BBVA, líderes do setor, foram reduzidas em dois escalões, a primeira de A+ para A- e a segunda de A para BBB+.