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Brasileiro está satisfeito com salário e jornada, diz IBGE

Ao todo, 60,1% dos empregados se declararam satisfeitos com a remuneração, enquanto 31,9% se demonstraram pouco satisfeitos ou insatisfeitos

Por Da redação
26 abr 2017, 11h42

O trabalhador brasileiro está, em sua maioria, satisfeito com os níveis de salários e o tempo da jornada de trabalho. Pela primeira vez, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) compilou dados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Aspectos das Relações de Trabalho e Sindicalização 2015, divulgada nesta quarta-feira.

Ao todo,  60,1% dos empregados se declararam satisfeitos ou muito satisfeitos com a remuneração, enquanto 31,9% se demonstraram pouco satisfeitos ou insatisfeitos. Na avaliação regional, os empregados do Sul (67,2%) eram os mais contentes com os termos no país, já o maior percentual de insatisfação estava no Nordeste (14,8%).

Sobre a jornada de trabalho, 72,4% dos trabalhadores se declararam satisfeitos com os termos e apenas 18,4% estavam pouco satisfeitos ou insatisfeitos.

 

Dívidas

O Brasil tinha cerca de 1,5 milhão de pessoas impedidas de deixar os empregos em que trabalhavam por possuírem algum tipo de dívida com seus empregadores. Essa é uma das características que define o trabalho análogo à escravidão, a servidão por dívida, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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Entre os 51,7 milhões de empregados no setor privado ou alocados como trabalhadores domésticos, 2,9% tinham algum débito financeiro com o empregador que impediam de deixar o trabalho.

“Ou seja, ele teve a liberdade dele cerceada em função de ter um débito no trabalho”, ressaltou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. “Ele não pode sair do trabalho porque está com algum tipo de dívida lá, seja com aluguel, alimentação, transporte”, completou.

O IBGE levantou os diferentes tipos de débitos financeiros com os empregadores que criavam o laço de servidão: 948 mil tinham débito relacionado com alimentação; 774 mil declaram alguma dívida com transporte; 373 mil reportaram dívida com instrumento de trabalho; 266 mil, com aluguel; e 156 mil com outro tipo de débito.

A servidão por dívida foi mais frequente entre os trabalhadores contratados através de uma pessoa, uma cooperativa ou uma empresa intermediária: 4,3% deles estavam na condição e servidão por dívida. Entre os trabalhadores que eram contratados de forma direta, o porcentual nessas condições era mais baixo, 2,5%.

“O porcentual de pessoas com débito no contrato de trabalho intermediário é maior”, reconheceu o coordenador do IBGE. “Na contratação direta, a qualidade do emprego se dá de forma mais favorável. O vínculo direto costuma ser melhor para o empregado. Em função da própria relação, da ocorrência de informalidade, de condições para promoção, para receber direitos, benefícios. Quando o contrato é feito de forma direta traz uma relação melhor para o trabalhador”, avaliou Azeredo.

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Entre os empregados no setor privado ou empregados domésticos ocupados, 18,9% eram contratados através de um indivíduo, cooperativa ou empresa intermediária, o equivalente a 9,8 milhões de pessoas nessa condição. “A terceirização está aqui dentro, mas não é tudo isso. A contratação se deu de forma intermediária”, definiu ele.

O levantamento, feito em parceria com o Ministério do Trabalho e com a OIT, incluiu informações de aproximadamente 25 mil pessoas em todo o território brasileiro na semana de referência da Pnad, a última semana de setembro de 2015.

Segundo o pesquisador, como é muito difícil medir o trabalho escravo, o levantamento teve por objetivo levantar aspectos que se contrapõem ao trabalho decente, além de aspectos que indiquem nuances de trabalho forçado ou análogo à escravidão.

(Com Estadão Conteúdo)

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