Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Brasil tem um dos sistemas bancários mais concentrados, diz BC

Cinco maiores bancos do país concentraram 82% dos ativos totais em 2016; dez anos antes, em 2006, este porcentual era de 60%

Por Estadão Conteúdo
12 jun 2018, 11h54

O Banco Central (BC) fez nesta terça-feira, 12, um diagnóstico sobre a concentração bancária no país e seus efeitos sobre a concorrência. No Relatório de Economia Bancária (REB), a instituição pontuou que, na maioria dos países, a concentração aumentou após a crise financeira global de 2008.

“Por essa medida, o Brasil apresentou aumento do nível de concentração no período, figurando em 2016 no grupo de países com os sistemas bancários mais concentrados, que inclui Austrália, Canadá, França, Holanda e Suécia”, disse o BC, citando dados do Banco de Compensações Internacionais (BIS).

Pelos números, os cinco maiores bancos do Brasil concentraram 82% dos ativos totais em 2016. Dez anos antes, em 2006, este porcentual era de 60%. Entre outros países emergentes, a China aparece com porcentual de 37% em 2016, a Coreia do Sul soma 62%, a Índia soma 36%, o México tem 70% e Cingapura registra 42%.

“O BC monitora a concentração do SFN (Sistema Financeiro Nacional) e está atento aos riscos para o sistema e aos possíveis efeitos sobre o spread bancário e outros preços”, disse o Banco Central no relatório. “Entretanto, a relação entre concentração e spreads não é tão direta quanto o senso comum pode sugerir”, acrescentou o BC. O spread corresponde à diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o que é efetivamente cobrado de pessoas físicas e empresas.

Conforme o BC, “alguns estudos encontram relação inversa, ao invés de direta, entre concentração e custo do crédito”. “De fato, diversos fatores que não têm relação com concentração podem influenciar no custo do crédito, tal como ineficiência regulatória, rigidez informacional e limitada educação financeira.”

Ao abordar o caso brasileiro, tendo como referência o Indicador de Custo de Crédito (ICC) – índice que reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento -, o Banco Central afirmou que o spread pode ser explicado, em ordem decrescente de grandeza, por “inadimplência, custos administrativos, impostos e margem financeira”. A margem financeira engloba os lucros dos bancos e outros fatores.

Continua após a publicidade

Conforme o relatório, a inadimplência representou 38,27% do spread em 2016, as despesas administrativas somaram 25,55%, os tributos e o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) representaram 22,13%, os lucros e outros fatores (margem financeira) atingiram 14,04%.

“Ainda que esse seja o componente com menor peso no spread do ICC, ampliar a concorrência é prioridade e se insere no pilar ‘Crédito mais barato’ da Agenda BC+”, afirmou o Banco Central no documento divulgado. “O BC tem se empenhado em aumentar a concorrência como uma das formas de reduzir o custo do crédito.”

A instituição defendeu ainda que maior concorrência significa menor custo do crédito e maiores benefícios para a população. No entanto, ponderou que é crucial entender dois aspectos relacionados à questão. “Em primeiro lugar, maior competição não requer necessariamente menor nível de concentração bancária. Em segundo lugar, concorrência não é uma questão dicotômica, ou seja, não se pode resumir a questão a uma pergunta se há ou não concorrência. A questão relevante é qual o grau de competição”, disse o BC.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.