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Brasil preocupado por preços ‘estratosféricos’ dos hotéis para a Rio+20

Câmara de Deputados informou que não pagará a estadia dos deputados na Rio+20 devido aos altos preços. Governo pede esclarecimento a empresários

Por Da Redação
10 Maio 2012, 18h53

O governo e legisladores brasileiros expressaram sua preocupação, nesta quinta-feira, pelos preços “estratosféricos” dos hotéis no Rio de Janeiro para a Cúpula das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, somando-se ao Parlamento Europeu, que cancelou a viagem de 11 parlamentares por este motivo. Funcionários do governo brasileiro, diplomatas e parlamentares denunciaram que os hotéis do Rio estão cobrando preços similares aos dos mais suntuosos hotéis das cidades mais caras do planeta, o que estaria afugentando delegações.

A cúpula Rio+20 é o primeiro dos eventos maciços na cidade turística, que receberá a visita do Papa por ocasião da Jornada Mundial da Juventude e a Copa das Confederações, em 2013, além da Copa do Mundo de futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. “É um assunto que realmente nos preocupa”, disse nesta quinta-feira a jornalistas no Senado o chanceler Antonio Patriota. “Esperamos que a situação dos hotéis seja resolvida”, acrescentou.

“As informações que temos são que uma diária de um hotel cinco estrelas, em um apartamento normal, não custa menos de 2.000 reais (1.000 dólares), para um de nível menor são 1.000 reais. Os preços estão muito altos e isto está dificultando bastante a chegada de delegações”, denunciou o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Fernando Collor de Mello. A Comissão fez um apelo à Prefeitura e aos hotéis para que sejam praticados preços “razoáveis” durante a cúpula, que será celebrada entre 20 e 22 de junho porque agora “os preços estão estratosféricos”, denunciou Collor de Mello, que era presidente do Brasil na ocasião da Cúpula da Terra, em 1992.

A Câmara de Deputados informou que não pagará a estadia dos deputados na Rio+20 devido aos altos preços e convocou o setor hoteleiro a dar explicações. Nesta quinta-feira, a Comissão Europeia informou que enviará seis altos representantes à conferência, liderados pelo presidente José Manuel Barroso, mas que “controlarão os gastos”, devido à crise europeia.

Na véspera, o Parlamento Europeu tinha anunciado o cancelamento da viagem de uma delegação de 11 deputados que deviam participar do evento, por causa das tarifas exorbitantes cobradas pelos hotéis no Rio. No total, 116 chefes de Estado e de governo confirmaram presença na cúpula destinada a definir compromissos com o meio ambiente e a luta contra a pobreza no planeta, informou Patriota nesta quinta. Além disso, são esperadas 50.000 pessoas em reuniões e eventos que começarão em 13 de junho.

O Ministério da Justiça informou à AFP que manteve reuniões com as associações de hotéis para alertar sobre o “possível aumento abusivo dos preços cobrados pela rede hoteleira”.

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Sob condição de anonimato, diplomatas de várias embaixadas consultados pela AFP denunciaram casos em que só são vendidos pacotes para mais de 10 dias, com diárias elevadíssimas. “É um problema para todas as delegações. Os preços são altos e é difícil encontrar alojamento para o nível de representação”, declarou à AFP um diplomata estrangeiro. A Associação Brasileira de Hotéis, no Rio, disse à AFP que habilitou 70% da capacidade hoteleira de 4 e 5 estrelas para a cúpula e que todas as demandas do governo para as delegações oficiais têm sido atendidas, com 12 mil quartos reservados, informou uma porta-voz que negou responsabilidade sobre os preços.

A agência de turismo designada pelo governo para fazer as reservas oficiais, Terramar, não respondeu às consultas da AFP. Pela internet, a agência oferece pacotes de 12 a 19 de junho (três dias antes da chegada dos chefes de Estado e governo) a partir de 10.000 reais (mais de 5.000 dólares) para hotéis cinco estrelas e de 4.000 reais para os de 3 e 4 estrelas.

Os participantes não oficiais enfrentam, ainda, a falta de alojamento, pois o Rio só tem 33.000 quartos de hotel. Vários motéis decidiram fechar as portas para os casais a fim de alojar participantes da Rio+20.

(Com AFP)

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