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Brasil não depende da China para crescer, diz Tombini

Exportações nacionais para a segunda maior economia do mundo representam apenas 2% do PIB, afirma presidente do BC

Por Da Redação
23 out 2012, 16h31

Temores dos efeitos da desaceleração da economia chinesa sobre o Brasil são exagerados, avalia Alexandre Tombini, presidente do Banco Central

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, classificou nesta terça-feira de “extremada” a visão de que a economia brasileira depende da chinesa para crescer. Ele relata que, em suas viagens ao exterior, tem sido sempre questionado sobre o grau de dependência do país em relação à segunda maior economia do mundo. Para Tombini, estes temores são exagerados “porque o Brasil é uma economia relativamente fechada”.

A avaliação do presidente do BC é feita com base nos números do comércio exterior entre as duas nações. De acordo com ele, a pauta de exportações brasileira é muito diversificada e “apenas 17,7% das exportações do país vão para a China. Isso é menos de 2% do PIB”. Por outro lado, as exportações chinesas para o Brasil representam 10,7% do montante importado pelo país.

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Insegurança – “Mas não dá para negar que a economia mundial tem impactado a brasileira”, continuou Tombini. Ele disse, no entanto, que o canal que mais tem afetado a economia interna é o sentimento dos empresários e do consumidor. Isso, segundo ele, levou a um recuo dos investimentos, “mas ainda é o momento de continuar mostrando que a economia doméstica oferece muitas oportunidades para investimentos, a despeito do cenário internacional”.

“Devemos crescer 4% em termos anualizados no quarto trimestre de 2012, conforme mostram as expectativas dos órgão multilaterais”, afirmou. De acordo com Tombini, essa trajetória de expansão se ampara em alguns fatores: desemprego baixo, renda em elevação e massa salarial com crescimento de 5% no mesmo período, além da expansão do crédito. Ele citou ainda a redução de 5,25 pontos porcentuais na Selic, a flexibilização do compulsório bancário e a redução de spread e de juros ao consumidor como fatores complementares ao crescimento do PIB.

Do lado da oferta, Tombini citou medidas de estímulo à infraestrutura e logística e o crescimento do setor industrial nos últimos três meses. O presidente do Banco Central fez palestra na 2ª edição dos encontros Exame, em São Paulo. “Há sinais consistentes de que a recuperação da economia está em curso. A recuperação ocorre em ambiente de inflação sob controle”, afirmou.

Cenário externo – No entanto, ele admitiu que a retomada da economia mundial continua muito lenta e é uma das que mais demoram desde o surgimento da Grande Depressão de 1929. “O processo de desalavancagem das economias avançadas será um período longo”, disse.

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Na opinião do economista, a Europa é o principal foco de preocupação da atualidade. Entretanto, ele ressaltou que as autoridades da zona do euro conseguiram progressos, especialmente para ampliar a liquidez no setor financeiro e melhorar as condições das dívidas soberanas de alguns países. “Esse arcabouço de medidas precisa ser testado e vai requerer importantes esforços de líderes europeus”, completou.

De acordo com Tombini, nos Estados Unidos, a principal fonte de insegurança está no campo fiscal, com a possibilidade de ocorrer um corte abrupto de gastos públicos. “Isso está afetando decisões de gastos das famílias e de investimentos de empresas”, destacou. “Contudo, a avaliação geral é de que haverá ao menos uma renovação parcial dos gastos tributários.” Tombini acresentou que esse processo deverá ser concluído em meados do primeiro trimestre de 2013, quando estiver funcionando o novo Congresso dos EUA.

(com Agência Estado)

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