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Brasil já enfrenta a desaceleração do mercado imobiliário – mas sem estouro de bolha

Preços de imóveis recuam, mas não há desvalorização vertiginosa por causa do déficit de 5 milhões de moradias que ainda existe no país

Por Da Redação
28 fev 2016, 11h49

A crise econômica que o Brasil atravessa intensificou o freio do setor imobiliário, um mercado que foi desacelerando após viver uma época dourada entre 2009 e 2011. A queda nos preços dos imóveis, o enfraquecimento das vendas e a falta de novas promoções obscureceram o setor em 2015, um ano marcado pelo esfriamento da economia e uma aguda crise política.

A contração do crédito, a alta da inflação e o aumento do desemprego minguaram a confiança dos consumidores e aumentaram a pressão sobre um setor que começou a perder força no final de 2012, afirma o diretor da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz Fernando Moura. O número de novas promoções caiu 19,3% em 2015, e as vendas do setor acumularam uma queda de 15,1% em comparação com 2014, segundo dados da Abrainc.

A queda da demanda ocorreu por causa da combalida conjuntura econômica, mas o déficit de mais de 5 milhões de moradias não permitiu o surgimento de uma bolha imobiliária – e de seu estouro -, segundo Moura.

De fato, apesar dos elevados preços que imperaram no país nos últimos anos, a queda dos valores não significa uma diminuição da bolha simplesmente porque nunca houve uma especulação desse tamanho. “Houve uma valorização dos imóveis por causa do aumento do crédito e da melhora dos prazos de financiamento, o que introduziu muitas pessoas no mercado e aumentou a demanda, mas não houve uma bolha”, disse.

Preços impensáveis – Os preços dos imóveis alcançaram níveis impensáveis alguns anos atrás, sobretudo no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília, mas os valores iniciaram uma rota descendente, percebida especialmente em 2015. O preço médio de imóveis novos caiu 9% em termos reais (descontada a inflação) em vinte cidades brasileiras no ano passado, mas a contração ainda pode ser maior (entre 15% e 20%), já que o valor anunciado dos imóveis é superior ao montante pelo qual são de fato vendidos, segundo explicou a vice-presidente e analista do Moody’s, Cristiane Spercel.

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“Essas quedas dos preços se devem, principalmente, a uma forte contração da confiança do consumidor, que se baseia na incerteza econômica no Brasil, incluindo o emprego deficiente e as taxas de inflação elevadas”, disse.

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Segundo o Índice Fipe ZAP, que monitora os preços anunciados dos imóveis, o valor dos aluguéis registrou uma queda real de 12,98% nos últimos doze meses, especialmente no Rio de Janeiro. Em termos nominais, o aluguel no Rio caiu 8,56% em doze meses, enquanto em São Paulo a retração foi de 4,50%.

Para o maior sindicato do mercado imobiliário da América Latina, o Secovi-SP, a recuperação do setor depende da recuperação da economia. “A demanda existe, mas está reprimida pela incerteza com relação ao cenário econômico”, diz o presidente do Secovi-SP, Flavio Amary. “A compra é postergada até que a crise se solucione.”

Há um caminho alternativo, avalia o dirigente: os investidores estrangeiros. Os consumidores brasileiros podem estar com restrições causadas pela atual conjunturamas a forte desvalorização do real, que caiu 48,3% frente ao dólar em 2015, pode atrair compradores do exterior, acredita Amary.

(Com EFE)

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