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Brasil fecha acordo de exportação de carne para os EUA

Na avaliação do governo, status sanitário similar ao americano deve abrir as portas ao produto brasileiro em outros países

Por Da redação
Atualizado em 1 ago 2016, 18h58 - Publicado em 1 ago 2016, 17h50

Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto nesta segunda-feira, o Brasil formalizou um acordo de exportação de carne in natura e congelada para os Estados Unidos. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e a embaixadora dos EUA, Liliana Ayalde, fizeram a troca de cartas de reconhecimento de equivalência dos controles oficiais de carne bovina entre os dois países.

Maggi afirmou que o acordo representa uma oportunidade para que sejam explorados mercados de outros países, já que o status sanitário similar ao americano abrirá portas ao produto brasileiro. “Estamos fazendo hoje um reconhecimento que o status sanitário dos EUA e Brasil são iguais, se complementam, e uma boa parte do mercado internacional se abre a partir deste momento”, disse, em cerimônia no Palácio do Planalto, ao lado do presidente em exercício, Michel Temer, e do ministro das Relações Exteriores, José Serra.

Maggi disse que era preciso reconhecer que há muito tempo se trabalhava pelo acordo e, sem citar o governo afastado da presidente Dilma Rousseff, disse: “A nós coube esse privilégio de fazer esse evento final”.

O ministro disse também que “a maior vitória” não é o acordo em si, mas sim a equivalência do status brasileiro ao dos EUA. “Estamos recebendo muito mais do que a possibilidade de mandarmos toneladas de carne para EUA; estamos recebendo a possibilidade de exportar para os demais países”, afirmou. “Estamos explorando um caminho e uma avenida larga.”

Em um discurso rápido – praticamente todo para exaltar o trabalho de Maggi -, o presidente em exercício, Michel Temer, disse que o ministro dá exemplo “de um governo que não para” e repetiu que a abertura das exportações de carne fresca e congelada para os EUA significa a abertura da carne brasileira para outros países. “Nesses 80 dias, fizemos coisas boas no governo e a principal foi escolher os ministros”, disse Temer, no início de sua fala de pouco mais de cinco minutos.

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Temer lembrou que o acordo foi um trabalho “de muitos anos”, mas não citou o governo da presidente afastada Dilma Rousseff. “Temos que reconhecer que outros tantos trabalharam (pelo acordo)”, disse. O acordo entre Brasil e Estados Unidos foi selado na semana passada em Washington, durante o IX Comitê Consultivo Agrícola (CCA). Segundo o governo, a expectativa é de que os embarques comecem em 90 dias, após a finalização dos trâmites administrativos.

Serra afirmou que a cerimônia desta segunda resulta de um esforço de mais de dezessete anos. “Hoje culminamos uma fase iniciada em 1999, em várias administrações presidenciais atrás”, afirmou. Segundo ele, a medida em relação aos EUA, no médio e longo prazo, pode levar a um acréscimo de 900 milhões de dólares de receita na balança comercial brasileira.

O Brasil já vende carne bovina industrializada para os EUA. Em 2015, de acordo com dados do governo, as exportações somaram 286,8 milhões de dólares. Com o fim dessa negociação em relação à carne fresca e congelada, os frigoríficos brasileiros, juntos, terão uma cota de até 64.800 toneladas por ano.

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Disputa

O Brasil vai disputar com outros países uma cota de importação de 65 mil toneladas anuais de carne bovina dos Estados Unidos. Segundo representantes da indústria pecuária, o país teria capacidade de suprir sozinho essa cota e ainda deve ser rapidamente o líder entre os concorrentes, já que os preços da carne bovina brasileira são mais competitivos.

No entanto, a abertura definitiva do mercado americano é encarada como a porta de entrada da carne brasileira para outros países que possuem acordo ou mesmo seguem as mesmas regras sanitárias dos Estados Unidos. Entre eles estão Canadá, México, nações caribenhas e ainda mercados orientais, como os disputados Japão e Coreia do Sul, cujos preços pagos chegam a três vezes o valor recebido hoje pelas companhias brasileiras.

(Com Estadão Conteúdo)

 

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