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Brasil entra na rota dos carros de luxo

Três fabricantes alemãs anunciaram recentemente investimentos de R$ 1,52 bilhão de reais em novas fábricas para produzir modelos considerados de luxo para o padrão brasileiro

Por Da Redação
8 out 2013, 12h53

A nova leva de fabricantes de veículos que chega ao país coloca o Brasil no mapa da produção de carros da categoria premium, com maior conteúdo tecnológico, segmento hoje atendido em grande parte por importados. Também vai deixar o mercado brasileiro mais próximo do mundial, com os chamados carros globais, produzidos e vendidos em várias partes do mundo, com peculiaridades locais.

Em menos de vinte dias, três fabricantes alemãs anunciaram investimentos de 1,52 bilhão de reais em novas fábricas (Audi e Mercedes-Benz) e ampliação de instalações (Volkswagen). Os três projetos são para produzir modelos considerados de luxo para o padrão brasileiro.

Essa fila foi puxada pela também alemã BMW, que há um ano decidiu instalar sua primeira fábrica local, em Santa Catarina. Nas próximas semanas, a Land Rover deve anunciar produção local, provavelmente no Rio de Janeiro. A empresa produz utilitários premium.

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No grupo das fabricantes de carros de luxo, só a BMW de fato estreia no Brasil. Audi, Mercedes-Benz e Land Rover já tiveram fábricas locais – instaladas nos anos 90 durante a segunda onda de investimentos no país -, mas fecharam as portas. Naquele período, também chegaram Renault, Nissan, Toyota, Honda, Peugeot e Citroën.

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�Para Thomas Schmall, presidente da Volkswagen do Brasil, houve erros estratégicos na época. “�Atualmente, o país está preparado para o mercado de luxo.”� Além do programa Inovar-Auto, do governo federal, que taxa as importações e dá incentivos à nacionalização, o executivo cita como atrativos o crescimento da renda dos brasileiros e as boas perspectivas para a economia local.

Schmall ressalta ainda a estabilidade macroeconômica, que dá mais segurança aos investidores, ainda que o momento atual não seja t��o favorável. As vendas de veículos caíram nos últimos dois meses e, no ano, estão praticamente empatadas com os números de 2012, com 2,78 milhões de unidades.

A projeção da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), de crescimento de 3,5% a 4,5% em relação aos 3,8 milhões de veículos vendidos no ano passado, foi revista para 1% a 2%. �Ainda assim teremos recorde de vendas�, afirma Luiz Moan, presidente da entidade.

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Segundo Moan, �tudo indica um futuro muito bom para a economia brasileira e para o setor automotivo�. Ele prevê vendas de 4,5 milhões de veículos em 2017 e produção superior a 5 milhões. As novas fábricas e a ampliação das atuais vão adicionar 1,4 milhão de veículos à atual capacidade produtiva, de 4,3 milhões de unidades.

Em agosto, a Honda também anunciou investimentos de 1 bilhão de reais para uma segunda fábrica no país, em Itirapina (SP), inicialmente para a produção de um utilitário compacto premium. Estão em construção no país, para inaugurações em 2014 e 2015, instalações da Fiat (Goiana/PE), Nissan (Resende/RJ), JAC Motors (Camaçari/BA) e Chery (Jacareí/SP).

Populares – Todas as novas fábricas vão produzir veículos globais. Atualmente, poucos produtos têm esse selo, como o novo Fiesta e o EcoSport, da Ford. A maioria dos produtos nacionais é de modelos vendidos só no Brasil, inclusive os campeões de venda Gol (Volks), Uno e Palio (Fiat).

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Segundo o sócio da consultoria PriceWaterhouseCoopers (PWC), Marcelo Cioffi, para concorrer no mercado internacional, todas as empresas precisam trabalhar com plataformas globais, em busca da redução de custos e maior escala. �Dificilmente hoje uma fabricante terá estratégia apenas local.�

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Cioffi acredita que o aumento da renda e o maior acesso ao crédito vão levar a um crescimento de vendas no segmento de carros mais sofisticados (na faixa de 100 mil reais), o que não significará o fim dos chamados populares. �O Brasil vai continuar sendo um mercado de carros de entrada, compactos, mas também terá um crescente mercado de carros mais caros.�

Carros com motor 1.0 representavam 70% das vendas em 2001. Hoje, a participação é de 40%. Nos últimos dez anos, as grandes montadoras direcionaram a produção de veículos mais sofisticados para Argentina e México, quadro que se altera com os novos projetos.

Com a produção do novo Golf, a Volks passará a ser, por enquanto, a única a ter um carro global �premium� e um do segmento de entrada (o compacto up!, que deverá ser feito em Taubaté). “Em poucos anos, todos os modelos da marca serão globais”, diz Schmall. A Ford promete o mesmo para 2015.

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(com Estadão Conteúdo)

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