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Brasil cai e amarga 81ª colocação em ranking de competitividade

Queda de seis posições deixa o país em sua pior colocação em dez anos. Fórum Econômico Mundial cita fatores políticos entre principais responsáveis

Por Teo Cury 27 set 2016, 19h01

O Brasil caiu seis posições no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial, para 81º, e agora ocupa sua pior posição em uma década. O Índice de Competitividade Global 2016-2017  (ICG) faz um balanço da produtividade e prosperidade em 138 países. Para fazer o ranking, são analisados tanto dados estatísticos – como atividade econômica e inflação – quanto a percepção de executivos que atuam nesses países em uma centena de assuntos como infraestrutura, estabilidade política, segurança e inovação.

Desde 2012, o país já perdeu 33 posições no total, resultado de uma menor sofisticação dos negócios e em um baixo grau de inovação. Entre os mercados emergentes, o brasileiro foi o único cujo ICG não cresceu de 2015 para este ano. Quando comparado às dez maiores economias da América Latina, o Brasil amarga a nona colocação. Chile e Panamá estão no topo na região.

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De acordo com o economista Daniel Gomez Gaviria, que comanda os estudos de competitividade do Fórum Econômico Mundial, os principais aspectos em que o país foi mal avaliado são absorção tecnológica, de inovação e de sofisticação empresarial. “Pilares de sofisticação de negócios e inovação caíram em comparação com o ano passado. Temos visto que inovação e tecnologia estão assumindo papéis importantes como geradores de competitividades nos países”, explica Gaviria.

Além da crise política e econômica, que vem se deteriorando desde 2014, há fatores estruturais e regulatórios que pesam no desempenho, como sistema regulatório e tributário inadequados e infraestrutura deficiente.

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Segundo a Fundação Dom Cabral, que faz o estudo em parceria com o Fórum, esses fatores juntamente à baixa produtividade, resultam em uma economia fragilizada e incapaz de promover avanços na competitividade interna e internacional sem maior inserção no mercado mundial.

Gaviria explica que o propósito do levantamento é justamente indicar as falhas que minam a atividade econômica como um todo “O índice ajuda a identificar as brechas. Se não forem construídas agendas público-privadas que as fechem, o país vai seguir caindo”, diz. Em relação às razões que dificultem fazer negócio no Brasil, os itens mais citados são as taxas elevadas, a corrupção, a burocracia, a ineficiência do governo e a instabilidade política.

Apesar da imagem negativa desses aspectos, o economista vê neste ano um aumento na qualidade de instituições. “Medidas que dão independência do sistema judicial, ética e corrupção melhoraram do ano passado para este. Estão resolvendo problemas nessas áreas e as pessoas veem isso”, explica.

Quando o assunto é macroeconomia, a inflação é o principal fator de queda nesse quesito. “Foi o que mais puxou, mas não por ser uma característica particular do país. Esse problema atingiu a todos os países exportadores de commodities.”

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Top 10

Pelo oitavo ano consecutivo, a Suíça se mantém no topo do ranking como a economia mais competitiva do mundo. Em seguida, vêm Cingapura e Estados Unidos. Apesar de pequenas trocas, os sete locais que compõem o top 10 são os mesmos de 2015: Holanda, Alemanha, Suécia, Reino Unido, Japão, Hong Kong e Finlândia.

Para a Fundação Dom Cabral, essa manutenção confirma a dificuldade de ganhos de produtividade por países emergentes. A instituição acredita que para pôr fim à tendência de queda da competitividade é preciso mais que melhorar os indicadores econômicos. “São necessárias reformas como a tributária e previdenciária que visem de fato a solucionar questões insustentáveis no longo prazo”, avalia.

(Da redação)

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