(Atualiza com declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega)
Brasília, 1 mar (EFE).- O Governo brasileiro ampliou nesta quinta-feira de dois para até três anos o prazo de incidência da alíquota que taxa em 6% os empréstimos externos, a fim de conter a forte valorização do real frente ao dólar.
Publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, a medida prevê que o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) aplicado aos créditos contratados no exterior com prazo de dois anos seja cobrado também nos empréstimos com vencimento estabelecido para três anos.
A intenção do Governo é inibir o crescente ingresso de divisas no país, que mantém a cotação do dólar no Brasil em R$ 1,70, valor que afeta a indústria nacional e encarece as exportações.
‘Estamos desestimulando a entrada de capital de mais curto prazo no Brasil. Hoje há uma sobra de liquidez no mercado internacional’, disse a jornalistas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao explicar a medida.
Na opinião de Mantega, esse excedente de liquidez se deve ao fato de os países considerados mais desenvolvidos estarem ‘reduzindo os juros e aumentando o volume de crédito’.
‘O problema é que este crédito não vai para o setor produtivo, mas para o setor financeiro que tem que aplicar estes recursos’, apontou, afirmando que acabam sendo dirigidos aos ‘países emergentes mais sólidos’, como é o caso do Brasil.
O ministro reiterou que esses movimentos geram uma ‘guerra cambial’ no mundo, à qual declarou que o governo do Brasil ‘não verá impassível’.
Nas últimas semanas, para impedir uma maior valorização do real, o Banco Central se viu obrigado a fazer importantes intervenções no mercado cambial, que não conseguiram conter a desvalorização do dólar diante da moeda brasileira, que já é de 8,19% ao longo do ano, conforme cálculos do mercado.
Ficam de fora da mudança anunciada as operações de retorno de capitais estrangeiros aplicados no país e as remessas de dólares para o exterior. EFE