Por Alessandra Taraborell
São Paulo – A Petrobras, que conduziu a Bolsa dos 57,8 mil pontos (2 de janeiro) aos 65,8 mil pontos (ontem), passou hoje por uma forte realização de lucros, levando o Ibovespa a cair 2,34%, aos 63.997,86 pontos. Esse movimento, aliás, vinha sendo esperado desde que o mercado acionário local engatou essa trajetória de alta. Com a queda de hoje, a Bolsa registrou recuo semanal de 1,87% e interrompeu uma sequência de cinco semanas em alta. Na mínima de hoje, o Ibovespa atingiu 63.880 pontos (-2,52%) e, na máxima, 65.525 pontos (-0,01%). No mês, a Bolsa ainda sobe 1,47% e, no ano, 12,76%.
Ontem, após o fechamento dos mercados, a Petrobras anunciou um lucro líquido de R$ 5,049 bilhões no quarto trimestre de 2011, 52,38% inferior ao registrado em igual período de 2010. O resultado foi impactado, principalmente, pelo prejuízo de R$ 4,412 bilhões da área de Abastecimento. A má notícia bateu em cheio nas ações da petroleira, que operaram em queda durante todo o dia e despencaram no fechamento. O papel ON caiu 8,28% e o PN, -7,84%. As duas ações juntas movimentaram R$ 2,512 bilhões. Somente os papéis ON representaram 23,4% do giro total da Bolsa, que foi de R$ 9,02 bilhões, o segundo maior giro do ano. Os dados são preliminares.
Segundo o diretor-financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, mais de 50% da queda do lucro líquido do terceiro para o quarto trimestres de 2011 se explica pela pressão do câmbio sobre custos e a diferença do preço do petróleo em relação ao mercado internacional, além do efeito do câmbio sobre esse preço.
“A Petrobras foi o estopim que o mercado precisava para a realização de lucro. Mas não é nada que assuste. É um movimento pontual”, disse um operador.
Segundo a fonte, a forte venda de papeis foi feita por corretoras estrangeiras. Do outro lado, na ponta compradora, ficaram os grandes bancos domésticos. “Só tem gringo na venda”, disse, lembrando ainda que a queda de hoje “matou” o contrato de opção da Petrobras, na segunda-feira, quando ocorre o vencimento de opções.