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Bovespa fecha pouco acima dos 50 mil pontos

Bolsa paulista oscilou muito ao longo do dia, a reboque do pessimismo que tomou conta do mercado mundial. No final da tarde, contudo, os mercados americanos viraram e ajudaram a reduzir as perdas no Brasil

Por Carolina Guerra
4 out 2011, 17h43

O índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) fechou o pregão desta terça-feira pouco acima dos 50 mil pontos, após um dia marcado por fortes perdas, graças aos temores com a situação da Grécia e, principalmente, com sinais de que o sistema bancário europeu seria duramente penalizado em caso de um calote do país. Perto das 11 horas, o indicador rompeu a “barreira psicológica” dos 50 mil pontos e alguns especialistas chegaram a especular que a bolsa brasileira poderia alcançar os menores índices do ano – marca que, até o momento, pertence a 8 de agosto, quando encerrou os negócios aos 48.668 pontos, com pico de 47.793 pontos. O Ibovespa, pouco depois, se recuperou, mas não conseguiu sustentar a retomada. No meio tarde, voltou a buscar índices abaixo de 50%, com perdas expressivas, próximas de 3%. No final do dia, contudo, o índice foi levado pelo otimismo que tomou conta das bolsas americanas. Com isso, fechou com perda de ‘apenas’ 0,21%, em 50.686 pontos.

Nos Estados Unidos, os investidores recobraram a confiança graças a uma reportagem do jornal britânico Financial Times que informava que os ministros das finanças europeus encontravam-se reunidos em Luxemburgo para coordenar políticas de recapitalização das instituições financeiras europeias. De acordo com o The Wall Street Journal, os políticos teriam chegado à conclusão de que ainda não fizeram tudo o que podiam para convencer os mercados de que os bancos europeus têm condições de lidar com a crise.

Assim, de um dia que começou com perdas, houve uma reviravolta. O índice Dow Jones fechou em alta de 1,44%, seguido do Standard & Poor´s, com ganho de 2,25% e a Nasdaq em alta de 2,95%. As bolsas europeias, que fecham antes, não puderam receber esta informação e fecharam com perdas bastante expressivas, puxadas pelos papéis dos bancos.

Ibovespa abaixo de 50 mil seria exagero – Especialistas ouvidos pelo site de VEJA apontam que o patamar ideal para o Ibovespa, considerando as dificuldades atuais do mercado, gira entre 50 mil e 55 mil pontos. Logo, a conclusão é que, abaixo deste patamar, a bolsa estaria aquém de seu verdadeiro valor se considerados apenas os fundamentos das empresas e da economia brasileira.

O comportamento da Bovespa nos últimos dias guarda relação direta com as tendências dos mercados acionários internacionais. Além da Grécia, que arrisca dar o calote, o banco Dexia, que pode se configurar na primeira falência acarretada pela crise, sofreu grandes perdas acionárias. “A sensação é que o mercado brasileiro, bem como o mundial, parou de reagir aos fundamentos e começou a responder ao noticiário”, disse Cristiano Braga, gerente de vendas da Fator Corretora. “O pânico ronda o mercado. Os investidores recebem muito mais notícias que apontam para um pessimismo econômico do que o contrário”, disse Mário Saldanha, da Cedro Finances. “A crise é sistêmica, o que explica as bolsas se moverem juntas para cima ou pra baixo”, emendou.

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No Brasil, a forte redução nas cotações das ações preferenciais da Petrobras (um dos principais valores mobiliários do Ibovespa) acentuou a oscilação. Os papéis da estatal chegaram a alcançar o preço de 17,93 reais, a maior baixa do ano pela manhã. No fechamento dos mercados, o preço ficou fixado em 18,55 reais – pouco menos do que a baixa de 8 de agosto, quando os papeis fecharam a 18,65 reais.

Razões domésticas – Há alguns fatos próprios do mercado brasileiro, no entanto, que ampliam a volatilidade da Bovespa. O fato de o Banco Central ter baixado os juros inesperadamente na última reunião do Copom, a perspectiva de que volte a fazê-lo na próxima reunião e mudanças de políticas governamentais sem aviso prévio, como foi o caso do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados, aumentaram o receio dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil.

Um outro fator a ser considerado, segundo Braga, é que a volatilidade nos mercados mundiais subiu muito, dificultando as previsões. O Volatility S&P 500 (VIX), usado para medir a volatilidade do mercado, quase dobrou nos últimos dois meses. Em medição realizada na segunda-feira, o Vix ficou em torno dos 45 pontos, ante 23 pontos no início de agosto. Para se ter uma base de comparação, na época da crise financeira de 2008, este índice alcançou os 80 pontos. O VIX é calculado pelo número de transações que acontecem quando os índices estão em baixa em relação ao número de transações com os índices em alta.

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