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‘Bolsonaro fará os cumprimentos devidos a Joe Biden’, avalia o amigo Temer

Em entrevista a VEJA, ele diz que as relações são guiadas por interesses comerciais e que governo não o procurou para estreitar laços com o democrata

Por Victor Irajá Atualizado em 9 nov 2020, 20h15 - Publicado em 9 nov 2020, 16h07

No último dia de 2011, o recém-eleito presidente do México, Enrique Peña Nieto, reuniu uma comitiva de chefes de Estado e representantes diplomáticos para um jantar às vésperas de sua posse como mandatário do país. Ao lado do então vice-presidente brasileiro Michel Temer sentou-se Joe Biden, vice-presidente de Barack Obama. Uma conversa sobre os trâmites eleitoreiros nos Estados Unidos aproximou os dois mandatários. Temer, especialista em Direito Constitucional, e Biden, em Direito Público, alongaram-se sobre assuntos voltados às Constituições dos dois países. No dia seguinte, o bate-papo estendeu-se. Em meados de 2014, em visita oficial de Biden ao Brasil, Temer recebeu o vice-presidente para um almoço na residência da vice-presidência, o Palácio do Jaburu. “As conversas, afora a parte institucional, sempre foram pessoais”, define Temer a VEJA. “Sempre digo que as relações com o então vice-presidente Biden eram as melhores possíveis. Acabaram se tornando uma relação quase pessoal.” Por isso, inclusive, o ex-presidente prontificou-se ao parabenizar o democrata redes sociais pela vitória nos Estados Unidos  — coisa que, vale dizer, ainda não o fez Jair Bolsonaro.

Desde a confirmação do resultado eleitoral nos Estados Unidos, o presidente brasileiro foi uma das raras exceções a não parabenizar o futuro colega.  “Verifico que todos os chefes de Estado e de governo estão cumprimentando o presidente eleito. Existe um problema judicial pelo meio, não sei o que se passa com o presidente Bolsonaro, mas tenho a impressão que em um breve tempo ele fará os cumprimentos que são devidos”, afirma Temer, que pondera pelas relações institucionais, e não pessoais, como norte das relações diplomáticas entre as duas nações. VEJA indagou ao ex-presidente se havia sido procurado por membros do governo para aproximar o atual ocupante do Palácio do Planalto de Biden. “Não, ninguém me procurou. Evidente que, se necessário, seria em prol do Brasil”, diz Temer, que atua como conselheiro informal de Bolsonaro.

Brasil e Estados Unidos mantêm relações comerciais comensalistas: ou seja, um depende do outro. O país que será futuramente comandado por Biden ocupa a segunda colocação no rol de principais parceiros do país. “Existe uma relação pessoal, evidente, entre o presidente Bolsonaro e o presidente Donald Trump, mas uma relação institucional muito fértil existe há muito mais tempo entre Brasil e Estados Unidos”, diz Temer. “Essas relações são muito ligadas a interesses comerciais dos dois países, não é sem razão que os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do país – e isso não é de agora, como existe com o primeiro parceiro comercial a China. Essas relações são guiadas por interesses comerciais, e acho que isso vai se manter.”

Proximidade

A relação cordial entre Temer e Biden foi vista em um episódio importante da vida política brasileira. Na ocasião do afastamento de Dilma Rousseff, o então vice-presidente americano manifestou-se sobre o processo. Biden disse que os trâmites se deram “obedecendo a Constituição para navegar um momento político e econômico difícil, e de acordo com os procedimentos estabelecidos” e colocou-se à disposição para trabalhar com o governo de Temer. Já empossado como presidente da República depois do processo de impeachment da ex-mandatária Dilma Rousseff, Temer e Biden encontraram-se na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em 2018. “Na ocasião, ele pediu para ter um encontro comigo, com a delegação diplomática do Brasil em Nova York, para, naturalmente, revelar o apoio do governo americano à nossa assunção na presidência”, diz. “Conversamos por volta de uma hora e meia. Estabeleceu-se uma relação muito fraterna entre nós.”

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