Bolsonaro extingue Conselhão, criado durante gestão de Lula
Colegiado reunia empresários e membros da sociedade civil para aconselhamento presidencial
O presidente Jair Bolsonaro revogou 55 colegiados da administração pública federal, incluindo o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), conhecido como Conselhão. O decreto com o fim do colegiado foi publicado na edição desta quarta-feira, 8, no Diário Oficial da União.
Composto de mais de noventa representantes da sociedade civil, com grande número de empresários, o Conselhão foi criado em 2003, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. A ideia era que houvesse um contato direto entre os integrantes com o presidente da República, para recomendações de criação ou aperfeiçoamento de políticas públicas em diversas áreas.
Entre os outros colegiados extintos estão o Grupo Técnico para Acompanhamento das Metas e Objetivos de Desenvolvimento do Milênio; o Grupo Executivo Intergovernamental para a Regularização Fundiária na Amazônia Legal; o Comitê Executivo do Programa Ciência sem Fronteiras; e o Comitê de Acompanhamento do Programa Minha Casa Minha Vida.
Conselho foi deixado de lado
O Conselhão não teve muito destaque no governo de Dilma Rousseff, mas passou por uma tentativa de renovação na gestão de Michel Temer, que chegou a reunir o grupo por algumas vezes para ouvir empresários e discutir ideias.
Na era Lula, o Conselhão foi responsável pela elaboração de medidas importantes para que a crise econômica mundial de 2008 não atingisse o país. Uma das soluções adotadas pelo petista à época, a de promover políticas anticíclicas de aquecimento da economia, foi elaborada com ajuda do colegiado.
A decisão de Bolsonaro de acabar com o Conselhão dá continuidade ao processo de “extinção em massa” de colegiados criados por gestões anteriores. Na manhã desta quarta-feira, no entanto, o site do Conselhão ainda estava no ar.
(Com Estadão Conteúdo)