Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Bolsonaro admite que reforma da Previdência deve ficar para 2019

O ministro extraordinário, Onyx Lorenzoni, disse que é preciso ter humildade para saber o que pode ou não fazer neste ano

Por Redação
Atualizado em 12 nov 2018, 20h28 - Publicado em 12 nov 2018, 19h03

A equipe de Jair Bolsonaro deve deixar para 2019 as discussões sobre a reforma da Previdência. Inicialmente, tanto Bolsonaro quanto Paulo Guedes, seu futuro ministro da Economia, vinham defendendo que uma parte da reforma fosse votada ainda neste ano. Hoje, entretanto, o presidente eleito admitiu pela primeira vez que as alterações nas regras da aposentadoria devem ficar para o próximo ano.

“A gente está achando que dificilmente aprova alguma coisa no corrente ano. Não é essa reforma [enviada pelo presidente Michel Temer] que eu quero, que o Onyx Lorenzoni [futuro chefe da Casa Civil] quer. Tem de reformar a Previdência, mas tem de ser uma reforma racional”, afirmou Bolsonaro.

Na entrevista desta segunda-feira, ele sinalizou que será difícil ter regras iguais para todos os trabalhadores. “Não pode olhar apenas o número, tem de olhar o social também. O teu trabalho, o meu, é diferente de alguém que mexe com a construção civil. É complicado, precisa ter coração também nessa reforma, não são apenas números. Se fossem apenas números, você não precisava de economia, qualquer um decidiria a questão em cima dos números de forma fria, e nós não queremos isso, queremos algo racional”, declarou o presidente eleito.

Líderes partidários disseram que seria muito difícil votar a reforma da Previdência neste ano. Contra o calendário apertado pesam dois importantes motivos: 1) é preciso suspender a intervenção federal no Rio de Janeiro, já que a Constituição proíbe votar mudanças no seu texto se um estado da federação estiver sob esse regime; 2) há falta de consenso para pontos polêmicos, como igualar o teto previdenciário do setor público com o da iniciativa privada. Uma alternativa pensada, mas aparentemente descartada, foi a de fazer uma “reforma light”, com mudanças que não implicassem alteração na Constituição.

Continua após a publicidade

O ministro extraordinário, Onyx Lorenzoni, responsável pela transição no governo, também disse nesta segunda-feira que as alterações, mesmo as infraconstitucionais, devem ficar para 2019. “A gente sabe que a sociedade espera do governo Jair Bolsonaro uma proposta que seja duradoura, que respeite as pessoas e que seja feita com calma e com vagar”, disse Onyx no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), onde trabalha a equipe de transição.

Entre as dificuldades deste ano está o próprio fracasso nas urnas de quase metade dos atuais membros do Congresso. “O governo de Jair Bolsonaro começa no dia 1º de janeiro de 2019, esse é o pensamento que temos de ter, temos de respeitar o governo que aí está. Existe uma realidade onde nós temos no Senado 44 senadores derrotados e, na Câmara, quase 250 deputados que não obtiveram a reeleição. Esse é um cenário complexo, então temos de ter a humildade de entender esse momento”, afirmou Onyx.

Ele foi um dos primeiros a admitir que seria difícil aprovar a reforma em 2018 e foi prontamente desautorizado por Paulo Guedes, o futuro superministro da Economia. Na ocasião, o economista disse que Onyx entendia de política, não de economia.

“Todo mundo tem consciência de que seria ótimo conseguir [até] um pequeno avanço. Agora, a gente tem de ter clareza do cenário que existe e tem de ter humildade de saber o que pode e o que não pode fazer”, disse Onyx nesta segunda-feira. “O que eu ouvi na escuta feita a dezenas de parlamentares é que o cenário não é favorável para qualquer tipo de questão relativa à Previdência no cenário e no modelo que está lá, de emenda constitucional”. completou o ministro extraordinário. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.