Bolsa sobe 2,27% após governo falar sobre Previdência; dólar cai
O índice sobe e volta aos 98 mil pontos após o anúncio da proposta da idade mínima da reforma da Previdência ser divulgada
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, disparou nesta quinta-feira, 14, após as idades mínimas da reforma da Previdência terem sido divulgadas. O pregão fechou com alta de 2,27%, atingindo 98.015,09 pontos. Foi a maior alta desde o dia 2 de janeiro, quando atingiu 3,56%. O dólar teve leve queda de 0,34%, alcançando 3,74 reais em seu valor de venda.
De acordo com o analista da Guide Investimentos, Rafael Passos, o mercado passou o dia esperando a reunião do ministro da Economia, Paulo Guedes e do presidente da República, Jair Bolsonaro, que discutiria o texto da reforma da Previdência. “Foi o principal movimento da bolsa no dia”, afirmou. O índice operava em queda e virou após o anúncio.
O secretário de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, divulgou aos jornalistas a idade mínima de 65 anos para homens, e 62 para mulheres. Marinho não comentou se a mudança altera a economia de 1 trilhão de reais prometida por Guedes. “Dia 20 a gente fala mais”, se limitou a dizer.
O analista da Necton, André Perfeito, reforça que, mesmo com essa decisão, nem tudo está resolvido. “O mercado gostou, mas segue com cautela, a proposta só deve chegar ao congresso na quarta-feira”, alertou.
O pregão começou fraco, o mercado estava cauteloso com a polêmica entre o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, e Jair Bolsonaro. Desentendimentos preocuparam o mercado sobre a governabilidade do presidente. No cenário externo, os Estados Unidos estavam puxando o índice para baixo, com a incerteza sobre o acordo orçamentário norte-americano, a ameaça do presidente Donald Trump de declarar emergência nacional para conseguir a verba de construção do muro na fronteira com o México.
Mas o depoimento de Rogério Marinho animou o mercado. “Tivemos uma primeira finalização bem positiva, reverteu o movimento de queda puxado pelos Estados Unidos”, diz o analista Rafael Passos.