Bolsa recua 0,5% com expectativa por corte de juros e balanço do Itaú
Mercado financeiro opera no aguardo da 'super-quarta', que terá decisões sobre política monetária no Brasil e nos Estados Unidos
O Ibovespa caiu 0,53%, para 102.932 pontos, nesta terça-feira, 30, puxado pela desvalorização das ações do Itaú, após a divulgação do balanço do segundo trimestre, e pela expectativa por corte de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Já o dólar comercial foi negociado em média a 3,79 reais na venda, com leve alta de 0,19% no dia. Os mercados aqui e lá fora continuam na expectativa pela “super-quarta”, como estão chamando os investidores, com decisões sobre juros no Brasil, pelo Copom (Comitê de Política Monetária), e nos Estados Unidos, pelo Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto). A postura, portanto, é de cautela.
Segundo Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, o mercado dá como certa a queda de 0,5 ponto percentual dos juros no Brasil. A aprovação em primeiro turno da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados e indicações dos comunicados mais recentes do colegiado justificam esse movimento. Atualmente, a taxa está em 6,5% ao ano, a mais baixa da história. “Se não tiver corte, ou se tiver de apenas 0,25 ponto, a tendência é que tenha correção pelos mercados no resto da semana”, afirma ele.
Já nos Estados Unidos, a queda é mais incerta. Membros do comitê deram afirmações dúbias nas semanas mais recentes, o que gerou apreensão no mercado. Apesar disso, existe uma expectativa forte de corte de 0,25 ponto. Hoje, a taxa está no intervalo entre 2,25% e 2,50%.
No noticiário corporativo, o papel preferencial (preferência na distribuição de dividendos) do Itaú foi o mais negociado no índice, com queda de 3,41% no valor de suas ações, o que puxou o Ibovespa para baixo. O maior banco privado do país registrou lucro de 7,034 bilhões de reais no segundo trimestre, resultado 10,2% superior ao do mesmo período do ano passado. Apesar de positivo, o mercado esperava mais dos resultados do banco, principalmente em comparação com seus principais concorrentes. Bradesco e Santander, por exemplo, anunciaram crescimento acima de 20% no segundo trimestre deste ano.