Bolsa fecha em alta de 0,65% à espera de decisões de juros
"Super quarta" é o grande assunto da semana para os investidores, que aguardam por cortes no Brasil e nos Estados Unidos
O Ibovespa fechou em alta de 0,65%, aos 103.482 pontos nesta segunda-feira, 29, com expectativa para as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos que vão ocorrer nesta semana, tendo a temporada de resultados como pano de fundo. Já o dólar subiu 0,3%, cotados aos 3,78 reais na venda.
Segue a expectativa pela “super quarta”, como denominaram os investidores, em que serão definidas a manutenção ou não das taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos. O mercado aguarda por um corte em ambos.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne com expectativas dos investidores de que a redução da previsão do Produto Interno Bruto (PIB) pelo governo e a aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno estimulem a queda. A taxa básica de juros no país, a Selic, está em 6,5%, menor patamar da história. Nas reuniões mais recentes, o comitê indicou que pelo desempenho estável da inflação, o cenário externo com tensões comerciais e a fraca atividade econômica no âmbito doméstico já dariam suporte para decisões mais arrojadas.
Analistas, no entanto, enxergavam na reforma da Previdência a grande dúvida do colegiado. Para parte do mercado, a aprovação em primeiro tuno na Câmara era a meta que os membros do comitê esperavam. E os mais otimistas já enxergam um corte de 0.5 ponto percentual e não apenas 0.25 p.p.
Lá fora, a expectativa também é grande. O coro é fortalecido pelo presidente Donald Trump, que vê na redução dos juros uma das saídas para a economia americana, em meio a tensões comerciais com a China e sinais de desaceleração do crescimento global. Nesta segunda, pelo Twitter, ele disse: “O Fed fez todos os movimentos errados. Um corte pequenos nos juros não é suficiente, mas vamos vencer de qualquer maneira.”
Membros do Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos) deram afirmações dúbias desde a reunião mais recente, o que gera apreensão entre os investidores. Uma postura mais conservadora do colegiado é vista como possível, apesar de grande parte do mercado acreditar no corte. Só no ano passado foram quatro altas nos juros da economia norte-americana e até pouco tempo se discutia quanto a taxa cresceria no país em 2019. Para muitos, a mudança para o primeiro corte em uma década ainda é muito brusca. Atualmente, a taxa está entre 6,25% para 6,5%.
No noticiário corporativo, a Ambev segue em alta após o balanço positivo divulgado na semana passada. Os papeis ordinários da empresa (que dão direito a voto) foram os mais vendidos da sessão, com alta de 3,54%. Na primeira metade de 2019, a cervejaria reportou um lucro líquido de 5,474 bilhões de reais, valor 10,9% acima do registrado no mesmo período de 2018.
(Com Reuters)