Bolsa cai, e dólar sobe no primeiro pregão do ano
Enfraquecimento da indústria chinesa pesou sobre a BM&FBovespa, que caiu 2,26% nesta quinta-feira. Já o dólar avançou 1,35% com intervenção menor do BC no mercado de câmbio
Mesmo em um dia de poucos negócios, o primeiro pregão do ano mostrou a repetição da tendência de 2013: a bolsa de valores caiu 2,26% (queda de 15,5% no ano passado), e o dólar subiu avançou 1,35%, para 2,39 reais.
A desconfiança dos investidores no Brasil reflete o que ocorreu no resto do mundo por causa da desaceleração da indústria na China. Bolsas europeias e americanas operaram no vermelho.
Pesou também no resultado o pessimismo com o desempenho da economia brasileira em 2014. “Está se formando um consenso bastante forte de que 2014 vai ser um ano desafiador para a economia brasileira em termos de crescimento e do cenário fiscal”, afirmou o economista Gustavo Mendonça, da gestora de recursos Saga Capital.
Leia também:
Pesquisas confirmam desaceleração da indústria chinesa
Bovespa fecha 2013 com queda de 15,5%
Dólar lidera entre investimentos e poupança é vice
Câmbio – O dólar fechou esta quinta-feira com avanço superior a 1%, após superar ao longo do dia o patamar de 2,40 reais pela primeira vez em quatro meses.
A moeda norte-americana avançou 1,35%, para 2,3913 reais na venda, nível mais alto desde 22 de agosto, quando o BC anunciou o programa de intervenções diárias no câmbio, para tentar conter a escalada do dólar, que atingiu 2,45 reais no ano passado.
“Nesse novo ajuste do programa de intervenções no câmbio, o BC passa a oferecer menos contratos. Com o mercado com baixo volume, o pessoal aproveitou isso para testar níveis mais altos para o dólar”, afirmou o diretor de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.
Leilões do BC – O Banco Central ofereceu durante a manhã 4 mil contratos de swap cambial tradicional – equivalentes a venda futura de dólares – com vencimento em 2 de maio de 2014, dando continuidade às atuações diárias.
É a primeira operação nos novos moldes do programa de rações diárias, que reduziu em cerca de dois terços a oferta de hedge cambial (medida de proteção ao mercado diante do cenário de volatilidade). No ano passado, o BC ofertava 10 mil contratos por dia nas ofertas de swap cambial tradicional de segunda a quinta-feira, e realizava também leilões de dólares com compromisso de recompra às sextas-feiras.
Estados Unidos – Segundo analistas, a tendência é que o dólar volte a testar esse patamar à medida que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), dê prosseguimento à redução de seu programa estímulo monetário, reduzindo a oferta de liquidez global.
O Fed anunciou no mês passado a redução do programa de compra de títulos em 10 bilhões de dólares, para 75 bilhões de dólares ao mês, e afirmou que deve continuar realizando cortes “comedidos” nas próximas reuniões.
(com agência Reuters)