Boeing: Novos documentos contêm preocupações ‘perturbadoras’, diz assessor
O 737 MAX está suspenso desde março; acidentes na Indonésia e na Etiópia mataram 346 pessoas
Os documentos da Boeing em análise por um comitê do governo dos Estados Unidos parecem apontar para um quadro “muito perturbador” de comentários dos empregados da empresa sobre a aeronave suspensa 737 MAX, disse nesta terça-feira, 24, um assessor do comitê de infraestruturas de transporte da Câmara dos Representantes dos EUA.
Os documentos, apresentados ao comitê na noite de segunda-feira, discutiram preocupações sobre o compromisso da Boeing com a segurança, juntamente com os esforços de alguns funcionários para garantir que os planos de produção da empresa não fossem desviados por reguladores ou outros, disse o assessor, que falou sob condição de anonimato.
O 737 MAX está suspenso desde março. Os acidentes na Indonésia e na Etiópia mataram 346 pessoas. A Boeing não estava imediatamente disponível para comentários.
Os documentos foram apresentados à Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) no mesmo dia em que a Boeing anunciou a demissão de seu presidente-executivo Dennis Muilenburg em meio a uma crise após o tratamento das consequências de dois acidentes envolvendo o 737 MAX.
Em outubro, a Boeing entregou mensagens de 2016 à FAA entre Forkner e outro piloto que disse que poderia ter enganado involuntariamente o regulador dos EUA e levantou questões sobre o desempenho de um sistema de segurança chave durante os testes.
Crise do 737 MAX
O CEO da Boeing, Dennis Muilenburg, foi demitido nesta segunda-feira, 23, segundo o conselho de administração da companhia. A fabricante de aviões enfrenta uma de suas mais graves turbulências ao ter de combater as consequências da crise do 737 Max. Muilenburg será substituído por David L. Calhoun, atual presidente da Boeing, em 13 de janeiro do próximo ano, de acordo com o comunicado da companhia.
A gigante da aviação foi atingida por uma enorme crise ao lidar com dois acidentes envolvendo o avião 737 Max. As duas quedas, em outubro de 2018 e março de 2019, mataram um total de 346 pessoas. Na época, Muilenburg disse que a companhia esperava que o avião retornasse ao serviço dentro de seis semanas.
“O conselho de administração decidiu que era necessária uma mudança de liderança para restabelecer a confiança na empresa, à medida que trabalha para reparar os relacionamentos com reguladores, clientes e todos os outros interessados”, informou o comunicado.
O texto, no entanto, não mencionou explicitamente a crise do 737 Max, mas teve Calhoun dizendo que ele acredita no “futuro da Boeing e do 737 Max”. Ainda não há data de retorno definida para o modelo voltar a voar. Por enquanto, as aeronaves estão ociosas perto das fábricas da Boeing. As companhias aéreas continuam adiando suas datas estimadas de retorno dos voos, com a United Airlines agora estimando uma volta em junho.
(com Reuters)