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Bob Diamond admite ‘erros’ e conduta ‘repreensível’ no Barclays

Por Por Julien Mivielle
4 jul 2012, 14h42

O ex-diretor-executivo do Barclays, Bob Diamond, admitiu nesta quarta-feira “erros” e uma conduta “repreensível” na instituição, no início de seu depoimento ante a comissão do Parlamento britânico, que examina o escândalo da manipulação de taxas.

“Claramente houve erros, claramente houve uma conduta que era repreensível”, disse ele ante a comissão do Tesouro da Câmara dos Comuns, que o interrogou durante mais de três horas.

Contudo, Diamond afirmou que o banco foi conivente com seus atos. “A atitude do Barclays há três anos, quando se deu conta do que estava havendo, foi: ‘vamos até o fim'”, afirmou o diretor ante os deputados que representam a todos os partidos da câmara.

O depoimento de Diamond aconteceu no dia seguinte a sua demissão.

“Estou aflito, decepcionado e também indignado porque não há desculpa para esse tipo de conduta”, afirmou em outro momento, mas enfatizando que não se pode julgar todo o banco por “um grupo de traders que tiveram uma conduta repreensível”.

A Autoridade de Serviços Financeiros (FSA) se refere em seu relatório a ao menos 14 traders, cifra que Diamond retomou durante seu depoimento.

Diamond, de 60 anos, disse que durante o final de semana estava decidido a permanecer no cargo, que ocupava a 18 meses. Segundo ele, na segunda-feira, no entanto, ele percebeu que o respaldo não seria tão forte e que ele teria mesmo que se demitir.

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Pouco antes de se apresentar ante a comissão, o norte-americano revelou uma conversa telefônica entre ele e um dos vice-presidentes do Banco da Inglaterra (BoE), Paul Tucker, durante a crise financeira de 2008.

Alguns dirigentes do banco interpretaram o parecer das palavras de Tucker como uma incitação à redução das taxas interbancárias do Libor.

Segundo a imprensa britânica, o Tucker pediu nesta quarta-feira para dar explicações ante a comissão.

O escândalo estourou há exatamente uma semana, quando o Barclays revelou que iria pagar o equivalente de 290 milhões de libras (450 milhões de dólares, 360 milhões de euros) para encerrar de maneira amistosa a investigação dos reguladores britânicos e norte-americanos em um caso de manipulação das taxas interbancárias britânica Libor e a europeia Euribor entre 2005 e 2009.

Estas taxas interbancárias definem o preço através dos quais os bancos realizam empréstimos mútuos, mas também influenciam, de forma indireta, as taxas dos créditos pessoais e a empresas.

O escândalo também derrubou outros líderes do banco, como o presidente, Marcus Agius, e o diretor de operações da entidade, Jerry del Missier.

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Alistair Darling, ministro de Finanças de 2007 a 2010, negou estar a par destas práticas ou mesmo tê-las favorecido.

“Não há nenhuma evidência de que alguém do Tesouro (Ministério de Finanças) tenha pedido ao Banco da Inglaterra para que faça algo incorreto e isso seria algo realmente imperdoável”, disse Darling à rede de TV Channel 4.

O escândalo deveria estender-se à medida que avança a investigação. Outros bancos, como o Royal Bank of Scotland (RBS) resgatado durante a crise, estão igualmente implicados neste caso.

Além disso, as autoridades britânicas estudam iniciar um processo penal contra os banqueiros envolvidos.

O primeiro-ministro britânico, que nesta quarta-feira classificou o escândalo bancário de “espantoso e vergonhoso”, anunciou na segunda-feira uma investigação parlamentar mais amplia para chegar ao fundo deste assunto.

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