Bilionário Bill Ackman vende todas as suas ações da J.C. Penney
Gestor buscava dar vida nova à empresa, mas as vendas caíram 25% só no último ano
O gestor de fundos de hedge William Ackman, o maior acionista da J.C. Penney, disse na segunda-feira ter vendido toda a sua participação na companhia depois de ver sua campanha para reformar a varejista falhar. A Pershing Square Capital Management, de Ackman, vendeu 39,1 milhões de ações, ou 18% da empresa, para o Citigroup, que agora oferecerá os papéis para outros investidores.
A decisão de Ackman de abrir mão da sua participação levou as ações a caírem 2,6% nas negociações após o fechamento do mercado, na segunda-feira. O investidor saiu do conselho há duas semanas em meio a um distanciamento maior em relação à estratégia da companhia. A Pershing Square afirmou em comunicado que a oferta das ações da J.C. Penney pelo Citi foi fixada a um preço de 12,90 dólares por ação, e deverá ser fechada em 30 de agosto.
A operação marca o fim da campanha de três anos de Ackman para tentar dar uma vida nova à varejista. Ele contratou um novo presidente-executivo para atualizar as mercadorias e tornar as lojas mais atraentes para os consumidores. Mas as vendas nos estabelecimentos caíram 25% no último ano, com o preço das ações da empresa em queda de 32% desde janeiro.
Para o fundo gerido por Ackman, que apresentou retornos anuais médios de 20% na última década, o investimento na Penney acabou pesando no desempenho, o que levou alguns investidores institucionais a buscar reuniões com o gestor para que ele pudesse esclarecer seus planos. Ackman perdeu centenas de milhões de dólares em sua aposta na empresa desde a primeira compra de ações, quando os papéis eram negociados a 20,01 dólares. Na semana passada, Ackman reconheceu que o varejo não era seu forte e categorizou o investimento na Penney como uma das três falhas de seu fundo, juntamente com as apostas frustradas no Borders Group e na Target Corp.
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Comércio de bloco – A fim de sair rapidamente do negócio, Ackman contou com o Citigroup para comprar a totalidade da participação numa “operação em bloco”, vendendo-a, em seguida, para outros investidores. O bilionário de 47 anos deixa a companhia três anos depois de montar sua posição e, em seguida, cortejar Ron Johnson a deixar a Apple para se juntar à Penney. Johnson foi forçado a abdicar do cargo em abril, com a sua visão para revitalizar a empresa em frangalhos.
Ackman está saindo da empresa em função de um desentendimento com a diretoria da Penney sobre a estratégia, disseram fontes à Reuters. Depois que Johnson foi forçado a sair, a empresa trouxe de volta Myron Ullman, o ex-CEO com quem Ackman tivera desentendimentos.
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(com agência Reuters)