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BID busca criar fundo de contingência em reunião dominada por protecionismo

Por Por Mauricio Rabuffetti
17 mar 2012, 20h01

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) quer dotar a região de um fundo de contingência disponível para os países mais vulneráveis da área, em sua 53ª Assembleia anual, que acontece em Montevidéu e é dominada pelas tensões comerciais na região.

O presidente do organismo, o colombiano Luis Alberto Moreno, apresentará no domingo aos diretores do Banco – os ministros de Finanças dos 48 países membros da instituição – os detalhes de uma proposta para criar este fundo, informaram à AFP fontes do organismo.

Trata-se de um instrumento que busca reunir “vários bilhões de dólares” que ficariam disponíveis para situações nas quais os países mais vulneráveis necessitem de um respaldo financeiro, informaram fontes que pediram para não ser identificados.

O dinheiro ficaria disponível para ser usado tanto para amenizar impactos econômicos externos como desajustes internos, ou também situações de catástrofe natural, disseram os informantes.

As fontes reconheceram que, ao contrário do que acontece com o projeto corta-fogo anti-crise europeu, de centenas de bilhões de euros, a proposta do BID pretende sanar situações de menor escala.

O BID, cuja capitalização supera os 170 bilhões de dólares, não poderia resgatar o Brasil, a maior economia do continente com um PIB de 2,38 trilhões de dólares em 2011, exemplificou uma das fontes.

O Banco tem uma capacidade potencial de empréstimo de cerca de 12 bilhões de dólares anuais depois do aumento de sua capitalização decidido no México em 2010 e, com 48 membros – vários de fora da região -, é o maior organismo de financiamento para a América Latina.

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As discussões, contudo, estão permeadas por fortes tensões entre os países da América Latina, em um momento em que os excedentes comerciais começam a encolher e beiram o protecionismo.

Vários ministros da Economia da União das Nações Sul-americanas (Unasul), se reuniram na manhã deste sábado em Montevidéu e revisaram mecanismos para mitigar tensões comerciais, entre eles, o fortalecimento do comércio em moedas locais, informaram participantes. Nesta reunião do BID, realizada na capital uruguaia, vários países do Merccosul reiteraram suas claras diferenças de enfoque em matéria de comércio exterior.

À tarde, o México, que ocupa a presidência rotativa do G20, organizou um encontro para receber as preocupações de outros países latino-americanos sobre a economia mundial para levar a este fórum formado por países desenvolvidos e emergentes.

“O balanço da reunião continua implicando otimismo”, disse a jornalistas o secretário mexicano da Fazenda, José Antonio Meade.

“Foi feita uma indicação de que não há lugar para uma estratégia protecionista. Se tivermos que sair deste ambiente econômico complicado deve ser pela via de nos coordenarmos e não cairmos nestas tentações e esse foi um consenso bastante generalizado”, afirmou o funcionário, em meio a rusgas sobre medidas protegionistas na região.

México e Peru, ao lado de Chile e Colômbia, informaram que avaliam processar a Argentina perante a Organização Mundial do Comércio (OMC) pelas restrições impostas aos seus produtos para ingressar no país.

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Hernán Lorenzino, ministro das Finanças argentino, cujo país integra o G20 junto com Brasil e México como únicos países latino-americanos presentes ao fórum, não participou do encontro. A ministra brasileira de Planejamento e Orçamento, Miriam Belchior, tampouco.

O ministro mexicano detalhou que os países participantes propuseram temas como o desenvolvimento dos mercados locais para evitar impactos indesejados dos fluxos de capital, bem como a manutenção dos “consensos na área da regulação” para evitar a diminuição de liquidez na região.

Na sexta-feira, setores empresariais e do governo do Brasil, Uruguai e Paraguai criticaram duramente os diferentes obstáculos comerciais colocados pelo governo de Cristina Kirchner, que busca evitar que seu excedente comercial – a principal fonte de divisas do país – se deteriore ainda mais.

México, Peru, Chile e Colômbia informaram que estão avaliando processar a Argentina na Organização Mundial do Comércio (OMC) pelas restrições impostas a seus produtos nesse país.

O Brasil também bloqueou a entrada de alguns produtos de seus sócios do Mercosul em seu território, lançando mão de cláusulas sobre a origem dos materiais de fabricação, contidas na regulamentação do bloco.

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