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Berlusconi: o astuto magnata que seduziu e dividiu a Itália por 17 anos

Por Por Kelly Velásquez
12 nov 2011, 19h38

O magnata das comunicações e agora ex-primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, de 75 anos, se despediu neste sábado do poder após ter seduzido e dividido por 17 anos os italianos com seu otimismo inquebrantável e um jeito debochado, demonstrados mesmo diante de uma série de escândalos sexuais e de corrupção.

Uma das figuras mais controvertidas e carismáticas da Itália, dono de um enorme poder econômico e político, Berlusconi foi eleito por três vezes primeiro-ministro.

No poder desde 2001, com uma interrupção de dois anos de 2006 a 2008, o multimilionário entrou para a política em 1993, como um rosto novo, após os escândalos der corrupção vividos pela Itália anteriormente, chamados de “Tangentopoli” o “Mãos Limpas”, que arrasaram com a classe política da época.

Em seus anos no poder público, Berlusconi ficou caracterizado por ataques e provocações a seus inimigos políticos e um forte anticomunismo. Ao deixar o governo, neste sábado, sua popularidade situava-se em torno de 22%, segundo pesquisas, seu mínimo histórico.

O fator culminante para a queda de Berlusconi após sua sobrevivência a escândalos anteriores foi sem dúvida a desastrosa gestão da grave crise econômica que atravessa a Itália e a Europa.

Nascido em 29 de setembro de 1936 em uma família de Milão, Berlusconi mostrou sua vocação para os negócios desde a adolescência, quando estudava no colégio dos Salesianos.

Inteligente, perspicaz, vaidoso (há aqueles que o acusam de possuir um forte complexo de superioridade), Berlusconi não poupou esforços para adotar leis que favoreciam a seu próprio império midiático ou para evitar ser processado pelos juízes de seu país, aos quais sempre depreciou.

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Em sua juventude, Berlusconi foi animador de casas noturnas no balneário de Rimini, sendo capaz de fascinar turistas durante os cruzeiros com canções. Em sua trajetória política, Berlusconi sempre contou com a lealdade de um grupo de amigos íntimos, como Fedele Confalonieri, a quem confiou a direção da Mediaset e a Fininvest – um império industrial que inclui 500 companhias, incluindo a editora Mondadori.

Vendedor de aspiradores de pó no final dos anos 50, Berlusconi se formou em direito em 1961 e passou a se dedicar à indústria da construção civil.

Premiado com o título de “Cavaleiro do Trabalho” aos 41 anos, “Il Cavaliere” Berlusconi se tornou primeiro-ministro pela primeira vez em 1994.

“Traído” por seu aliado da Liga populista do Norte, teve que deixar o cargo apenas sete meses depois.

Apesar das críticas e controvérsias em torno seu segundo mandato entre 2001 e 2006 e as divisões internas dentro de sua própria coalizão – que quase rompeu – Berlusconi foi durante quase duas décadas, o “líder máximo” da direita italiana.

Com um golpe estratégico, reuniu suas forças sob a bandeira de um único partido, o chamado “Povo das Liberdades”, fruto da fusão entre a Aliança Nacional (AN) e de sua própria formação Forza Italia (FI). Essa surpreendente jogada lhe permitiu chegar ao poder novamente em 2008 e assumir o controle da Itália.

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Este novo mandato, no entanto, foi marcado pelos excessos e abusos do magnata das comunicações no exercício do poder, o que gerou rios de críticas e protestos da mídia, da indústria e até mesmo a igreja italiana.

A ruptura no ano passado com Gianfranco Fini, agora presidente da Câmara dos Deputados, veio num momento particularmente delicado de revelações picantes sobre sua vida sexual, que lhe renderam um forte descrédito moral.

A vida privada tumultuada de Berlusconi, particularmente sua atração por jovens, custou-lhe em 2009 o pedido de divórcio de sua segunda esposa.

Julgado pelo Tribunal de Milão (norte) sobre prostituição de menor e abuso do poder no caso da jovem marroquina chamada Ruby, uma das protagonistas de suas festas privadas ao ritmo de “Bunga Bunga”, Berlusconi deve enfrentar a justiça também por corrupção e fraude fiscal.

Sempre bronzeado, após vários “liftings” e implantes capilares, Berlusconi esteve casado por duas vezes, é pai de cinco filhos e avô de vários netos.

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