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Bendine reconhece que corrupção na Petrobras drenou mais de R$ 6 bilhões

Presidente da estatal diz que, apesar de desvios provavelmente superarem valor descrito no balanço, já estão contabilizados nos 50 bilhões de baixas contábeis com sobrepreço e má gestão

Por Da Redação
31 jul 2015, 14h53

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, reconheceu, na manhã desta sexta-feira, que os valores desviados no petrolão podem superar os 6 bilhões de reais registrados em seu balanço financeiro de 2014. Segundo ele, a companhia tentará reaver “integralmente” os valores. O executivo apresentou novas medidas de controle interno e reforçou que faz avaliações periódicas dos valores de seus ativos.”Não foram só 6 bilhões de reais. Os testes de imparidade incluíram sobrepreço e más práticas que somaram mais de 50 bilhões”, afirmou Bendine, em referência ao balanço.

Bendine reconheceu que os valores referentes à corrupção podem crescer, mas indicou que, caso haja comprovação de mais perdas, elas devem ser consideradas dentro do montante total de 50,8 bilhões de reais baixados do balanço de 2014. Nesse balanço, a Petrobras reconheceu a perda de 6,19 bilhões de reais em dinheiro drenado por seus funcionários entre 2004 e 2012, e 44,63 bilhões de reais em perdas após revisão no valor dos ativos, devido à má gestão e mudanças nas condições de mercado. Somadas, as perdas contribuíram para o prejuízo de 21,58 bilhões de reais em 2014, o primeiro resultado negativo anual desde 1991.

Ele indicou que as empreiteiras envolvidas no esquema poderão ser recontratadas, desde que estejam adequadas às normas de governança. “Empreiteiras serão submetidas à nova política de conformidade como qualquer um dos 13 mil fornecedores”, indicou.

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O executivo insistiu que os atos de corrupção foram individuais, não sistêmicos, e que a empresa tem implementado medidas para limitar as decisões individuais para, consequentemente, coibir novos casos de corrupção. “Não podemos deixar de aprender em momentos de crise. Corrupção é prática individual, o que cabe às empresas é criar um mecanismo que impeça que a má-fé de um único indivíduo possa causar danos à sua reputação. Buscaremos sem descanso a reparação integral dos recursos”, afirmou o executivo. “Estamos recebendo de volta recursos que pertencem aos nossos acionistas e a toda sociedade”, completou.

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Braskem – Bendine afirmou ainda as perdas reportadas no balanço, divulgado no início deste ano, não englobam contratos com a Braskem, do grupo Odebrecht, para fornecimento de nafta. Segundo ele, foram identificados “equívocos” no contrato, mas ainda não há nenhuma confirmação de valores. Na apresentação de novas medidas de governança, o executivo indicou que as ações são uma “resposta à manobras feitas por quem participou de crimes contra a Petrobras”. “Reduzimos de fato a capacidade individual de tomar decisões de nossos funcionários. Estamos assegurando que todos os mecanismos internos de denúncia, apuração e investigação sejam independentes e protegidos de qualquer tipo de ingerência”, salientou.

O executivo citou como exemplo a redução de sua própria alçada de decisões dentro da companhia, uma medida que teria tomado logo que assumiu a presidência da empresa, em fevereiro, em substituição a Graça Foster. “Esse é um exercício que toda companhia deve implantar. Decisões colegiadas são mais transparentes”, afirmou.

(Com Estadão Conteúdo)

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