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BC americano garante juro baixo e enxurrada de dólares

Federal Reserve promete continuar irrigando a economia para auxiliar, sobretudo, os mais pobres; taxa de juro do país se manterá entre 0 e 0,25%

Por Felipe Mendes Atualizado em 30 jul 2020, 11h28 - Publicado em 29 jul 2020, 16h47

Embora a dúvida pairasse sobre a cabeça dos integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve, definiu-se que o Estados Unidos continuarão com sua “gama oferta de ferramentas” para apoiar a economia local e que as taxas de juros irão continuar próximas a zero pelo tempo que for necessário. As medidas foram anunciadas nesta quarta-feira, 29. Na prática, o banco central americano continuará injetando dinheiro e concedendo crédito às empresas para fazer a economia girar durante a extensão dos impactos do novo coronavírus (Covid-19), contrariando aqueles que esperavam que o Fed abandonasse a política de estímulos.

“Após declínios acentuados, a atividade econômica e o emprego aumentaram um pouco nos últimos meses, mas permanecem bem abaixo de seus níveis no início do ano”, disseram os formuladores de políticas do banco central dos EUA em um comunicado emitido ao final da reunião de dois dias, realizada por meio de videoconferência. Todos os membros do comitê de definição de políticas do Fed votaram para que se mantenha o intervalo de metas para a taxa de juros de curto prazo entre 0% e 0,25%, patamar estacionado desde 15 de março, quando o contágio pela enfermidade se acelerou no país. “O Comitê espera manter a taxa de juros nesta faixa até estar confiante de que a economia tenha resistido aos acontecimentos recentes e está no caminho certo para atingir suas metas de emprego e estabilidade dos preços”, diz o comunicado.

Logo após o comunicado, Jerome Powell, presidente do Fed, reiterou a necessidade de que os estímulos fiscais continuem. “Mesmo que a reabertura da economia seja melhor do que imaginamos, alguns setores demorarão mais a retomarem, sobretudo aqueles que dependem do consumo, como restaurantes, bares e hotéis. E muitas das pessoas que trabalham na indústria de serviços vão continuar precisando de apoio, porque não haverão empregos suficientes para todos”, disse Powell. “Eles precisarão de apoio para pagar suas contas, para manterem o pagamento de suas casas, de seus aluguéis. Os encargos da pandemia caíram pesadamente sobre todos nós, mas de forma ainda mais cruel para pessoas que são mal remuneradas”. Powell disse ainda que todos os pacotes de estímulos aplicados pelos EUA foram bem-vindos. “A resposta das autoridades fiscais foi forte, rápida e apropriada. O dinheiro, analisando no sentido amplo, foi bem gasto. Penso que haverá mais necessidade de apoio nosso e de novas políticas fiscais por parte do Congresso.”

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O Fed renovou sua promessa de taxa baixa um dia antes de um relatório do governo que deverá mostrar uma queda recorde de 34% na passagem anual da produção econômica no último trimestre, quando as autoridades impuseram bloqueios que fecharam as empresas e mantiveram as pessoas em casa em uma tentativa de diminuir a propagação do coronavírus. O banco central dos EUA lançou quase uma dúzia de novos programas de empréstimos e crédito para combater as consequências econômicas da epidemia. Desde sua última reunião política, em junho, a epidemia se intensificou, com uma média de cerca de 65.000 novos casos detectados por dia, cerca de três vezes o ritmo de novas infecções em meados de junho. As mortes por Covid-19 também estão em ascensão. Isso levou os governadores da Califórnia à Flórida a impor novas restrições econômicas.

O crescimento do emprego, que havia sido inesperadamente forte em maio e junho, agora parece estar desacelerando. A confiança do consumidor foi atingida. Enquanto isso, a ajuda do governo que manteve milhões de americanos remunerados em suas casas cairá acentuadamente ao final desta semana, a menos que o Congresso concorde com um novo pacote de estímulo. Os republicanos estão divididos sobre apoiar um pacote de 1 trilhão de dólares em novos gastos — os democratas, por sua vez, querem um valor próximo a 3 trilhões de dólares. À medida em que as subvenções do governo secam, as pequenas empresas, um dos pilares da maior economia do mundo, também veem seus problemas aumentarem. O sinal de alerta foi aceso.

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