Bancos americanos revelam exposição de US$ 70 bilhões a títulos europeus
Em documentos enviados à autoridade regulatória americana, instituições passam a detalhar, por precaução, os investimentos nos países em crise
A crescente preocupação com os efeitos da crise da dívida na Europa fez com que os bancos americanos detalhassem sua exposição aos títulos de alguns países do continente em documentos enviados recentemente à Securities and Exchange Comission (SEC), a autoridade que regula o mercado de capitais nos Estados Unidos. Segundo a reportagem do Wall Street Journal, os bancos JP Morgan, Goldman Sachs, Morgan Stanley, Bank of America e Citigroup anunciaram um total de 72,4 bilhões de dólares (brutos) em exposição aos papeis de Portugal, Espanha, Itália, Irlanda e Grécia.
A transparência, contudo, não serviu para amenizar o pessimismo dos mercados, que continuam receosos quanto aos efeitos da crise no sistema financeiro mundial. De acordo com a reportagem, o temor não foi dissipado porque os mercados sabem que, geralmente, o tombo nesses casos pode ser bem maior do que o descrito nos balanços. Tudo porque as instituições não são obrigadas a informar detalhadamente suas políticas de proteção (hedge) em operações com títulos públicos.
Ainda que os bancos americanos estejam bem menos expostos à Europa do que os próprios europeus, a concordata da corretora MF Global, em outubro, fez com que os investidores questionassem até que ponto o contágio pode liquidar uma instituição americana exposta à dívida europeia. No caso da MF Global, tudo aconteceu em menos de um mês.