A Espanha precisa de mais reformas em seu setor financeiro para assegurar sua viabilidade econômica, advertiu nesta quinta-feira o governador do Banco da Espanha, Miguel Ángel Fernández Ordóñez.
“Ainda persistem algumas dúvidas sobre o nível de saneamento dos balanços de nossas entidades”, advertiu Fernández Ordóñez em um discurso ante um grupo de membros do setor financeiro.
“Uma evolução econômica ruim pode criar a necessidade de esforços adicionais no futuro”, disse.
O novo governo conservador, saído das urnas no dia 20 de novembro e que tomará posse no dia 22 de dezembro, prometeu cortar gastos e reformas sociais para rebaixar o déficit do país e sua taxa de desemprego, situada em 21,5% da população ativa do país.
Os credores espanhois, especialmente suas caixas de poupança regionais, que representam aproximadamente a metade de todos os empréstimos do país, ficaram muito expostos desde o colapso do setor imobiliário ao final de 2008.
O governo e o Banco da Espanha implantaram medidas de consolidação do setor este ano e exigiram das entidades bancárias uma recapitalização maior que o exigido pelas normas internacionais.
“Seria um grave erro fixar critérios de maneira rígida e fechar as portas à possível incorporação de novas ferramentas de reestruturação financeira que as circunstâncias podem exigir para alcançar o objetivo final”, advertiu o governador.
Alguns economistas têm sugerido a criação do chamado “banco ruim” que tome os empréstimos tóxicos das entidades bancárias para permitir sanear seus balanços.