Banco Central prorroga intervenção no BVA por 3 meses
Prorrogação ocorreu em meio às tentativas do dono do grupo de veículos Caoa de obter aceitação de credores para sua oferta de compra de títulos de dívida da instituição com um desconto de 65%
O Banco Central informou, nesta quinta-feira ter prorrogado por três meses o prazo de intervenção no Banco BVA, de acordo com informação publicada no BC Correio. O prazo original para a intervenção terminaria nesta quinta-feira, 18. A prorrogação ocorreu em meio às tentativas do empresário Carlos Alberto Oliveira Andrade, dono do grupo de veículos Caoa, de obter aceitação de credores para sua oferta de compra de títulos de dívida da instituição com um desconto de 65%.
O empresário tenta há meses a aceitação de entre 90% e 95% dos credores para sua proposta e, até a semana passada, havia obtido aprovação de 83%, segundo informou uma fonte próxima do grupo. Procurado, o grupo Caoa não comentou o assunto de imediato.
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BC afirma que BVA encerra onda de bancos com problemas
No início do mês foi formada uma comissão para avaliar a situação do Banco BVA, que está sob intervenção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) desde 19 de outubro de 2012. A comissão terá 120 dias para concluir os trabalhos a partir da data de instalação. A comissão é composta por Alexandre Leite do Nascimento, na função de presidente, Sérgio Maurício Simantob e Paulo Eduardo Checchia de Toledo, como relatores, e Aldomar Guimarães dos Santos, como secretário. Todos são servidores do BC.
Diferentemente de outros bancos que quebraram no país nos últimos anos (PanAmericano e Cruzeiro do Sul, por exemplo), no BVA, até agora, não foram encontradas fraudes. O passivo a descoberto é fruto, principalmente, de garantias de créditos concedidos pelo banco.
O BVA tinha como característica emprestar para empresas de médio porte e deixar a maior parte do débito para ser liquidada no final do contrato. Como contrapartida, exigia garantias, como imóveis. Entre os ativos do banco constam pouco mais de 300 milhões de reais em imóveis executados por inadimplência. O problema é que, em muitos casos, a documentação do imóvel está incompleta. A legislação obriga o BC a fazer provisões para todos esses empréstimos com garantias duvidosas. Por isso, a conta do passivo total está perto de 1,5 bilhão de reais.
(com agência Reuters e Estadão Conteúdo)